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Em 11 de janeiro de 2005, chegava ao GameCube um jogo que mudaria a história da série “Resident Evil” e influenciaria os jogos de terror e ação para sempre. Era “Resident Evil 4”, que trazia o protagonista Leon S. Kennedy, encarregado de resgatar a filha do presidente dos Estados Unidos, raptada por um culto misterioso em uma vila da Europa.

O jogo foi sucesso de crítica, inovando e arriscando com altos níveis de sucesso. Quinze anos depois, relembramos algumas curiosidades que fizeram parte dessa história desde 1999, quando o “Resident Evil 4” começou seu turbulento processo de criação.

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O jogo foi revelado na E3 2003

Na conferência da Nintendo na E3 2003, o então presidente da empresa Satoru Iwata, que faleceu em 2015, revelou a primeira concepção de “Resident Evil 4”. A apresentação teve direito a Shinji Mikami no telão, óculos escuros e postura intimidadora, mandando um “don’t pee your pants!”. Curiosamente, nada do que foi mostrado ali estaria na versão final do jogo, lançada para GameCube no ano seguinte, e chegando primeiro nos Estados Unidos, algo raro para a franquia.

Fez parte do projeto Capcom 5

“Resident Evil 4” foi o fruto de uma parceria inusitada entre Capcom e Nintendo, tornando o jogo exclusivo para GameCube. Inicialmente, seriam três títulos dentro da série numerada, mas logo o acordo foi expandido no Capcom 5, um projeto de cinco jogos exclusivos para o console da Nintendo anunciado em 2002: “Viewtful Joe”, “P.N. 03” “Killer7”, “Dark Phoenix” e “Resident Evil 4”.

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Câmera “por cima do ombro” foi uma das grandes inovações de Resident Evil 4

Imagem: Divulgação

Os desenvolvedores de “Resident” já estavam cansados da fórmula, que havia encontrado seu auge no remake do primeiro “Resident Evil” de 2002. Vendas abaixo do esperado somadas à vontade de inovar levaram às mudanças brutais encontradas em “Resident Evil 4”.

Protótipo gerou “Devil May Cry”

Quatro protótipos foram criados para “RE 4”, incluindo aquele que levaria ao produto final, além de “Castle”, “Halucionation” e talvez o mais famoso de todos, intitulado “Stylish”. Por se distanciar muito das raízes da série, ele originou algo totalmente inusitado: “Devil May Cry” e sua nova concepção de jogos de ação, o “stylish action”. Ou seja: sem “Resident Evil 4” não existiria “Devil May Cry”.

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O que seria desse pessoal sem os protótipos de Resident Evil 4?

Imagem: Divulgação

O criador quase perdeu a cabeça

Em declaração um tanto polêmica, o diretor Shinji Mikami afirmou que realizaria harakiri (o que foi traduzido para algo do tipo “cortaria minha própria cabeça”), caso “Resident Evil 4” chegasse a outra plataforma além do GameCube. Como sabemos, o game logo perdeu a exclusividade e ganhou versões em diferentes consoles.

A fala de Mikani virou piada interna e, em “God Hand” (2006), último jogo dirigido por Mikami na Capcom, há um chihuahua, da famosa corrida de chihuahuas, chamado “Mikami’s head”.

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Imagem: Reprodução

Recebeu versões para mais de 10 videogames

É engraçado olhar o selinho “somente para” na capa da versão de GameCube de “Resident Evil 4”, já que o jogo acabou sendo lançado para toda e qualquer plataforma que você pudesse imaginar: PlayStation 2, PC (com direito a duas versões), Wii, iOS, Zeebo, PS3, Xbox 360, Android, PS4, Xbox One e, por fim, Switch. Certamente essa lista será atualizada com a chegada de novos consoles.

Em especial, a versão do videogame brasileiro Zeebo é que até hoje chama a atenção. Era uma adaptação bastante modesta do jogo original, mas já contava com textos em nosso idioma. Mantidas as devidas proporções, é possível afirmar o seguinte: o jogo está lá, completo, com 12 missões na campanha e até o Modo Mercenário.

RE 4 tem recorde no Guinness

Em 2012, a Guinness Book, o chamado livro dos recordes, lançou uma edição especial só para games e “Resident Evil 4” está lá. Ele foi considerado o jogo do gênero survival horror mais vendido até 2011, com pouco mais de 7 milhões de cópias vendidas, superando outro jogo da série, “Resident Evil 5”.

Atualmente, com o relançamento em diferentes consoles, “Resident Evil 4” já vendeu 7.5 milhões de cópias.

O protagonista não seria Leon

Na primeira versão de “Resident Evil 4”, o protagonista se chamaria Tony Redgrave e seria filho de ninguém menos que Oswell E. Spencer, um dos fundadores da Umbrella. Mais: antes de ser Tony, tal filho seria Leon Kennedy. Hideki Kamiya, o diretor do projeto, gostaria que seu personagem fosse mais estiloso, descolado e com direito a irmão gêmeo chamado Vergil. Assim surgiu Dante, de “Devil May Cry”. Aliás, “Redgrave” interagindo com “Redfiled” seria meio bizarro também. Procurar por Tony Redgrave em jogos como “DmC” e “Bayonetta” pode ser revelador.

O game teria mais elementos de terror

Os roteiristas de “Resident Evil 3: Nemesis ” e “Resident Evil CODE: Veronica” tiveram ideias geniais para o novo capítulo da saga. Todas devidamente descartadas, infelizmente. Entre elas, a de controlarmos Leon contaminado por algum vírus, confrontando alucinações de sua própria cabeça, incluindo uma criatura intimidadora portando correntes com gancho. Tal conceito nasceu da empolgação de Kawamura com filmes como “Alucinações do Passado” e “Dominação”, no intuito de trazer mais elementos de terror para a franquia. O “biohazard 4 Secret DVD” trouxe vídeo dessas versões e acompanhou edições especiais da edição japonesa de “Resident Evil 4”.

O jogo tem referência ao filme “O Profissional”

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Filme é estrelado por Jean Reno e uma jovem Natalie Portman

Imagem: Reprodução

Você pode até pensar que a arma Matilda, de “Resident Evil 4”, seja uma alusão ao maravilhoso e perturbado filme infantil homônimo de 1996 dirigido por Danny DeVito, mas não. Trata-se de uma homenagem ao clássico de Luc Besson, “O Profissional”, estrelado por Jean Reno e Natalie Portman – Mathilda, com grafia diferente, é o nome de sua personagem. E outra: a dificuldade mais alta do jogo, “Professional”, não tem esse nome à toa.

Foi o último jogo da série com envolvimento de Mikami

“Resident Evil 4” também marcou a despedida do criador da franquia. Foi o último “Resident” com envolvimento de Shinji Mikami, que assina direção e roteiro. O game designer continuou na Capcom por mais algum tempo após o lançamento do jogo, trabalhando em parceria com Suda 51 na criação do bizarro “killer7” e assassinando seu último projeto como diretor dentro da Capcom, o excepcionalmente injustiçado “God Hand” (que também foi o último título da subsidiária Clover).

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Fonte

curso de desenvolvimento de jogos