Hollywood tem um glamour inegável em torno de si: os filmes de estúdios locais costumam ter milhões em investimento e as estrelas vivem em uma bolha luxuosa, mas nem tudo são flores. Ao longo dos anos, diversos longa-metragens entram em pauta por não terem lucrado o suficiente para justificar tamanho esforço e investimento das empresas que compraram aquela ideia.

Atualmente, é até difícil acreditar que uma empresa estabelecida como a Disney tenha tido desempenhos desastrosos com filmes que são amados no Brasil, como Irmão Urso e Atlantis: O Reino Perdido. Mas casos como esses acontecem com uma certa frequência; nesta matéria, citaremos 3 filmes que prejudicaram financeiramente seus estúdios após terem recebido um voto de confiança em forma de dólares.

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Os Eleitos: Onde o Futuro Começa

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Crédito: Reprodução/Warner Bros.

Depois da conquista do Ocidente e das estrelas: o longa Os Eleitos: Onde o Futuro Começa dá uma dimensão mítica e lendária à última grande conquista e a quem dela participou. É um épico magistral assinado por Philipp Kaufmann, coroado com 4 Oscars em 1984, e protagonizado por Ed Harris (John Glenn), Sam Shepard (Chuck Yeager), Scott Glenn (Alan Shepard), Dennis Quaid (Gordon Cooper) e Fred Ward (Gus Grissom).

Rico em inúmeras imagens, o filme mergulha o espectador numa luta científica e também ideológica pontuada por milagres científicos e tragédias humanas. Tendo se tornado em grande parte um clássico absoluto do cinema americano desde o seu lançamento, seu poder emocional é amplificado pela trilha sonora inesquecível de Bill Conti.

Os planetas pareciam, pelo menos no papel, suficientemente alinhados para fazer sucesso nos cinemas; mas aconteceu o contrário. Produzido com 27 milhões de dólares, ele arrecadou quase 21 milhões internacionalmente.

Os planetas pareciam, pelo menos no papel, suficientemente alinhados para fazer sucesso nos cinemas… E aconteceu o contrário: um desastre absoluto. Produzido por 27 milhões de dólares, não arrecadou mais de 21 milhões internacionalmente. O filme tem 3h10 de duração, o que de fato limitou o número de exibições. Além disso, ele disputou espaço com alguns trabalhos bastante sólidos lançados na mesma época, como Dead Zone – Operação Resgate de David Cronenberg e Sob Fogo Cerrado de Roger Spottiswoode.

Os Eleitos: Onde o Futuro Começa foi produzido pela The Ladd Company, empresa fundada por Alan Ladd Jr. em 1979 após o término de seu trabalho como presidente da 20th Century Fox.

Sobrecarregada por uma série de grandes fracassos, o longa-metragem foi o golpe final para a empresa. A recuperação levaria mais de dez anos, especialmente desde que a Warner Bros. rescindiu o acordo de distribuição dos seus filmes e obrigou a empresa a recorrer para novos parceiros. Mesmo com um breve renascimento nos anos 90, a The Ladd Company foi liquidada em 2007.

A Vida é Bela

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Crédito: Reprodução/Melampo Cinematografica

Um marco cinematográfico natalino há décadas E transmitido quase todos os anos nos Estados Unidos, A Vida é Bela é frequentemente relembrado como um dos filmes indispensáveis para ver em vida.

O longa gira em torno homem que também sacrifica sua vida, seus estudos e seus sonhos pelo bem de quem está ao seu redor. Hoje, parece difícil de acreditar, mas o filme nem sempre foi tão conceituado.

Distribuído pela RKO, ele foi o primeiro filme produzido pela Liberty Films, uma empresa fundada em 1945 pelos lendários Franck Capra, David Tannenbaum, William Wyler, Samuel J. Briskin e que investiu US$ 2,3 ​​milhões de dólares no orçamento do longa. Uma quantia muito grande para a época, principalmente se ajustarmos à inflação atual e considerarmos que o valor corresponde a mais de US$ 36 milhões.

Originalmente agendado para janeiro de 1947, o lançamento do filme foi antecipado para dezembro de 1946 para que pudesse competir no 19º Oscar do ano seguinte. Recebido de forma muito morna pela crítica, ele arrecadou apenas US$ 3,3 milhões e ficou em 26º lugar nos lançamentos. Por conta disso, a RKO perdeu US$ 525 mil e os donos da Liberty Films desistiram de produzir os 15 filmes que estavam sendo planejados.

Os quatro sócios procuraram um estúdio para vender a Liberty Films a fim de escapar da execução hipotecária da empresa. A Paramount comprou a empresa em maio de 1947 por US$ 3,4 milhões; Capra, Wyler e Stevens receberam uma oferta de um contrato de cinco filmes com o estúdio.

A Liberty Films foi oficialmente dissolvida em abril de 1951. Mesmo as cinco indicações ao Oscar, incluindo as de Melhor Filme e Melhor Diretor, nada pode ser feito diante do destino frustrado desta empresa.

A Ilha da Garganta Cortada

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Crédito: Reprodução/Lionsgate

Com um orçamento de produção US$ 115 milhões e apenas US$ 10 milhões de receita nos Estados Unidos (US$ 18 milhões se considerarmos as bilheterias internacionais), A Ilha da Garganta Cortada é notoriamente conhecido por seu desempenho decepcionante. Ele fez com que sua produtora, Carolco Pictures, perdesse US$ 97 milhões, ou, ajustado pela inflação atual, mais de US$ 195 milhões.

A aventura começou com boas intenções, mas o filme de Renny Harlin teve o efeito contrário ao esperado: ele matou o subgênero por quase dez anos até a chegada da franquia Piratas do Caribe. Seu fracasso foi tão amargo para a indústria que até assombrava a Disney: os executivos da empresa tentaram encerrar o projeto enquanto o filme estava em fase de pré-produção. “Um filme pirata? A pior ideia de todas!”, lembrou Gore Verbinski, numa fascinante (e longa) entrevista publicada no site Collider em março de 2021.

É importante ressaltar que coisas como cavios à vela de madeira reais incrivelmente caros foram construídos e depois reconstruídos durante a filmagem. Do orçamento inicial de US$ 60 milhões, esse valor cresceu rapidamente até atingir US$ 115 milhões.

O filme praticamente destruiu a Carolco Pictures, que foi fundada por dois famosos investidores cinematográficos, Mario Kassar e Andrew Vajna, em 1976. Foi a empresa que comprou os direitos da franquia O Exterminador do Futuro, contratando novamente James Cameron e Arnold Schwarzenegger para dirigir e interpretar O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final. A Carolco faliu em 1996, depois de vender seus ativos para a Twentieth Century Fox por US$ 50 milhões.


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Fonte: Via IGN