black 4 blood capa wkrm - Back 4 Blood - Review

Back 4 Blood é um FPS multiplayer desenvolvido pelos mesmos criadores do famoso Left 4 Dead, a Turtle Rock Studios. O jogo foi lançado em 12 de outubro, chegando no mesmo dia ao Xbox Game Pass. Antes do lançamento, a fase de testes e o período de testes beta do título surpreenderam a muitos, que consideraram que a Turtle Rock realmente tinha algo grande a oferecer com a versão final do jogo.

De fato, Back 4 Blood me surpreendeu. Para uma pessoa fã de The Walking Dead, como eu, mas que entra em desespero quando vê uma horda de zumbis, o jogo trouxe a atmosfera perfeita. Em muitos dos momentos, fiquei completamente desesperada e me senti até mesmo sufocada ao ficar cercada de tantos zumbis.

Os sons dos zumbis e do cenário também são um complemento na hora do desespero, e contribuíram muito para a tensão que senti. A aparência dos zumbis é mais um fator: cada zumbi tem sua própria aparência e características, e não vou negar que nenhum me deixou mais irritada do que o “Garotão”, um zumbi com um braço enorme que costuma dar golpes que machucam MUITO.

Cada zumbi possui um ponto fraco. Os zumbis padrões são razoavelmente fáceis; basta atirar na cabeça. Monstros como o Garotão (e, volto a repetir como ele me atormentou durante a minha jornada) têm pontos específicos que tornam o trabalho de matá-los mais fácil. No caso do Garotão, uma “bolha” em no braço gigante é o local em que os sobreviventes devem atirar para derrubá-lo de forma mais rápida.

Contents

Cartas de Habilidade e Cartas Corrompidas

Quanto a jogabilidade, confesso que fiquei um pouco confusa com algumas coisas, mas principalmente por não ter costume com esse tipo de jogo. O sistema de cartas é extremamente necessário, mas depende da forma que você decide jogar. Se gosta de jogar com armas corpo a corpo, como facões, machados ou tacos, há cartas específicas que vão te acompanhar da melhor forma, como a carta que faz com que o jogador recupere HP a cada zumbi morto com armas corpo a corpo.

É importante tomar alguns minutos para montar o seu deck de cartas antes de iniciar uma partida no modo Campanha, por exemplo. Sempre se lembre de colocar as cartas na sua ordem de necessidade, pois as cartas colocadas no topo virão sempre antes das que você colocou por último no momento de montagem do deck.

Se você não está acostumado com esse sistema de cartas, assim como eu, é bem fácil tomar um bom tempo arrumando o deck. É cansativo, e por algumas vezes no começo joguei sem preparar nada. Porém, durante as partidas, o que você escolheu faz toda a diferença na gameplay.

Vale lembrar, porém, que além de cartas que ajudam na jogabilidade, há cartas que são dadas todo começo de rodada e que irão te atrapalhar, como, por exemplo, a carta dos pássaros e a dos alarmes. Cito elas pois foram as duas que mais me deram trabalho durante as fases. A dos pássaros aumenta o número deles pelo mapa, e ao assustar qualquer grupo desses animais, uma horda enorme de zumbis será ativada automaticamente.

Por vezes fiquei frustrada por atirar bem longe dos pássaros, ou até mesmo nem chegar perto deles e mesmo assim conseguir assustar o grupo, ativando a horda. Creio que isso seja algum bug do jogo que provavelmente deve ser arrumado em breve em alguma atualização, mas não deixa de ser frustrante e de ter me atrapalhado diversas vezes durante as partidas.

A carta dos alarmes inserirá mais alarmes nos locais. Perdi as contas de quantas vezes abri alguma porta sem olhar o aviso e acabei chamando uma horda inteira de zumbis, ou então, quantas vezes resolvi ficar pulando de carro em carro e acionei um alarme, sem querer, claro. É importante prestar atenção nas cartas corrompidas para não fazer besteira.

Personagens e habilidades

Os personagens também devem ser escolhidos cuidadosamente, pois cada um possui um papel no jogo, como uma habilidade especial. Cada um também tem a própria arma, que já fica disponível no início de jogo. A personagem com quem mais joguei foi a Holly, que utiliza um taco de beisebol e tem mais resistência ao dano dos ridders. Como eu disse, cartas que valorizem as habilidades de Holly são as ideais a serem escolhidas.

Outra personagem que me chamou atenção foi a Doutora, que não faz parte dos personagens iniciais, então requer passar por algumas fases antes que você a encontre. Doutora é uma personagem do tipo suporte, mas que traz muito mais força e segurança ao time, principalmente se o grupo está enfrentando problemas para sobreviver durante as missões, já que a maioria das suas habilidades são em volta da cura e sobrevivência da equipe. É, com certeza, uma personagem que pretendo desvendar mais.

Variedade de armas no jogo, porém nenhum incentivo para explorar diferentes armamentos

Back 4 Blood possui uma variação muito grande de armas, com algumas skins também disponíveis (por meio de compra), e a possibilidade de evoluir e aprimorar as armas, porém o jogo não te obriga ou mesmo incentiva a mudar de arma em momento algum, exceto quando a munição acaba. Eu joguei do começo ao fim com a mesma arma, e me lembro de trocar para outra somente em um momento que precisava matar os zumbis a minha volta e não tinha mais munição.

Por um lado, isso pra mim foi ótimo. A quantidade variada de armas te dá uma maior chance de achar uma com a qual você se identifique melhor. Eu, por exemplo, peguei a arma mais parecida com as que eu jogo em outros FPS, e joguei a grande maioria das partidas com ela.

Modos de jogo e decepção com Modo Campanha

Back 4 Blood suporta quatro jogadores no modo campanha, que foi o modo que mais joguei, e oito jogadores no modo PvP Enxame. O modo Enxame separa os oito jogadores em duas equipe com quatro jogadores, na qual uma das equipes assume o papel de Contagiados, e a outra o de Sentinelas. É divertido, mas o foco principal do jogo, para mim, ainda é a campanha.

Há muito para falar sobre o modo Campanha. O modo de até quatro jogadores, que podem ser você e mais três amigos ou você e três aleatórios por meio do sistema de matchmaking, me trouxe algumas complicações quando tentei jogar com a segunda opção. Todas as vezes em que joguei solo, tive problemas para encontrar partida, além da falta de comunicação dos outros jogadores, o que sempre acabava nos levando à derrota.

Além disso, foram diversas as partidas nas quais algum jogador saiu e um NPC (personagem controlado por computador) entrou no lugar. Basicamente, jogar o modo Campanha com pessoas aleatórias não me rendeu um bom jogo em nenhum momento. Quando finalmente consegui juntar três amigos para jogar, consegui progredir bastante no game. A comunicação é crucial.

Quem deve jogar este jogo?

Todos que jogaram Left 4 Dead devem dar uma chance para Back 4 Blood. Os cenários estão incríveis e realmente apresentam uma atmosfera apocalíptica. Em diversos momentos fiquei tão tensa que senti que estava dentro do jogo, e creio que isso seja um ponto bem positivo em obras deste gênero.

Back 4 Blood é um jogo divertido, mas, para mim, a experiência só foi legal quando joguei com amigos. A falta de comunicação com jogadores aleatórios durante as partidas realmente me atrapalhou em fases que achei que poderiam ser facilmente ganhas, o que acabou por me deixar frustrada em algumas vezes e quase desistir de jogar novamente. Por outro lado, quando joguei com os meus amigos as coisas fluíram melhor e o jogo me rendeu boas risadas, momentos de caos, muita gritaria e tensão.

Fonte: Via IGN