Pacificador, nova série da DC Comics disponível na HBO Max, tem tudo ao qual o fã de James Gunn está habituado: roteiro com piadas nada sutis, violência gráfica, exageros e mais um personagem pouco conhecido que chega às grandes massas. Ele fez com os Guardiões da Galáxia, na Marvel, e entregou um Esquadrão Suicida que tirou o gosto amargo do anterior. Além de todas essas características carimbadas, agora, com John Cena, Gunn decide também mostrar seu lado esperançoso e um otimismo com a mudança.

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Por que uma série de O Pacificador, exatamente?

Em entrevista ao IGN Brasil, Gunn conta que desenvolveu uma boa amizade com Cena nas filmagens de O Esquadrão Suicida, e que queria trabalhar com o ator novamente.

“Em Esquadrão, muitos personagens têm arcos completos e com origem, como o Sanguinário e Polka Dot Man. John e eu conversamos bastante sobre o passado do Pacificador. Quem é ele? Por que ele se sente isolado mesmo quando está em grupo? Por que ele age socialmente estranho, apesar de ser bem convencido? O personagem também funciona para os dias de hoje. Ele tem muitas opiniões sobre as coisas, é um pouco extremista…”, revela.

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Nem herói, nem vilão: um anti-herói exibicionista

“O Pacificador não é sobre um super-herói ou vilão, é sobre um cara que, porventura, usa um uniforme – por que ele é um exibicionista”, explica Gunn. “Ele é só um ser humano, tem tons de cinza, atributos bem ruins e extremistas, mas ele está em algum lugar no meio. Então o melhor e mais correto jeito de defini-lo é como um anti-herói. Ele é um cara lidando com seus problemas. E seus problemas tem a ver com o fato de que ele é muito bom matando pessoas.”

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Imagem: HBO Max/Divulgação

Convenhamos: o Pacificador é um babaca. Dos grandes. Racista, sexista, dono de ideias verdadeiramente perturbadoras. Mas todos nós conhecemos alguém assim. Um amigo, um familiar, possivelmente até um presidente. A série da HBO Max serve para mostrar como e por que alguém como ele pensa desse jeito e que, sim, todos podemos mudar.

Esperança na mudança

“Tenho esperança na mudança. É parte do que se trata a série”, diz Gunn. “Temos muitas coisas na vida que são divisíveis, como o Twitter – que eu gosto bastante, por vários motivos. Conheço muitas pessoas legais, falo com fãs, com jovens diretores, do jeito que eu adoraria ter tido quando mais jovem. Mas coisas como Twitter e, mais ainda, Facebook, tendem a despertar o extremo das pessoas, torná-las combativas e cruéis”.

Mas humanizar alguém tão cínico e intragável como o Pacificador exige um esforço. Para tal, entram novos personagens como Auggie, pai do protagonista que se mostra ainda pior, e Adebayo, que enxerga além dos músculos e do capacete.

“Muitas pessoas têm crenças horríveis – mas elas não o fazem de propósito. Elas não tentam ser ignorantes sobre algo. Elas não tentam ser uma má pessoa. Eu tento ter compaixão por essas pessoas. A relação entre Adebayo e Pacificador é sobre isso. Pacificador não se importa com o que outras pessoas acreditam. Mas Adebayo gosta do lado humano e ela enxerga quem ele é por baixo de tudo: alguém triste”, diz Gunn.

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Por trás do capacete de Pacificador, está alguém triste. Imagem: HBO Max/Divulgação

“Ele provavelmente é racista, definitivamente sexista, mas ele também é muito triste. Adebayo enxerga essa pessoa de cara. É com esse entendimento que o personagem pode ter o começo de uma mudança”, complementa.

“Estou esperançoso que a humanidade pode mudar para ter mais compaixão pelas pessoas, mesmo que elas pensem coisas estúpidas? Sim. Gostaria que parássemos de gritar uns com os outros no Twitter – e eu também sou culpado”, assume. “Às vezes, perco a razão com alguém. Mas sempre fico decepcionado comigo mesmo quando acontece. Quando você é gentil com alguém, permite que elas sejam mais abertas aos seus pensamentos”, conclui.

O Pacificador está disponível na HBO Max. Serão oito episódios ao todo, com um novo lançamento toda quinta-feira.


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Fonte: Via IGN