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Como Pokémon mudou o mundo em 25 anos

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Há 25 anos, na agora longínqua data de 27 de fevereiro de 1996, nascia Pokémon com o lançamento de Pokémon Red & Green, no Japão Os desenvolvedores da Game Freak e nem a própria Nintendo imaginavam, mas, naquele momento, davam vida à franquia que mudaria o mundo.

Um RPG de combate por turno simplificado com foco no colecionismo de criaturas, que podem e devem ser utilizadas nas batalhas ou meramente como troféus de seus esforços: esse é o conceito básico de Pokémon, que não apenas teve sucesso comercial no Japão, mas conquistou o Ocidente.

O recurso de trocar os monstrinhos, para completar a PokéDex, é outro fator que fez do jogo tão popular. Para completar a coleção, era estritamente necessário ter um amigo com a cópia alternativa da dupla de games (ou, então, dois Game Boys com ambos os jogos para trocar entre si, mas isso é triste).

Essa paixão colecionista se estendeu a outra vertente, que fez sucesso na época e hoje ainda é fenômeno: o Trading Card Game (TCG), lançado em outubro de 1996. A troca de cartas também mantinha acesa as chamas dessa paixão. Cada vez mais, Pokémon inspirava a interação entre fanáticos pela recém-lançada franquia.

De acordo com um recente estudo do YouTube Culture & Trends, o TCG voltou a ser tendência em 2020, com mais de um bilhão de visualizações de vídeos deste assunto durante o ano passado. Há, inclusive, canais especializados em abrir pacotes, conhecidos como boosters a fim de encontrar prestigiados cards. Isso não impacta apenas os fãs nostálgicos, que compartilham do sentimento de expectativa em ver os resultados junto com os criadores de conteúdo de preferência (como viam há décadas), mas também atrai novos fãs, que podem ser sugados para todo esse vasto universo de criaturas.

Em 1997, o sucesso já estava concretizado. A Nintendo lançava o anime oficial de Pokémon, expandindo ainda mais o universo. Enquanto criança ou adolescente, era impossível não participar ou ao menos conhecer esse universo, tendência em quase todas as escolas do mundo.

De alguma forma ou outra, Pokémon era o assunto constante entre a garotada — seja para anunciar que finalmente capturou Mewtwo, revelar que teve sorte e obteve a carta holográfica de Charizard ou comentar as aventuras de Ash e Pikachu na adaptação televisiva.

Diversas outras franquias tentaram surfar na onda de colecionismo e criaturas mágicas e muitas delas tiveram sucesso, como Digimon (inspirado majoritariamente por Tamagotchis) e Yu-Gi-Oh!, mas nenhuma chegou ao patamar de popularidade estabelecido pela série da Nintendo. Pokémon já estava enraizado como um marco definitivo na cultura pop.

Em 1999, a desenvolvedora Game Freak nos apresentava a melhor geração Pokémon de todos os tempos com o lançamento de Pokémon Gold & Silver e, eventualmente, Crystal. Trazendo cores concretas aos Pokémon, animações e a primeira opção binária de gênero na franquia, essa dupla de jogos também apresentava designs mais inovadores de criaturas, uma região mais mágica e bem construída (Johto) e uma visita especial a Kanto que, mesmo poucos anos depois, já parecia uma aventura nostálgica sem precedentes.

Pokémon sempre foi uma franquia sobre interação, tanto entre você e seus bichinhos quanto entre você e outros treinadores que partilham do amor por esse colecionismo baseado em rinhas de galo legalizadas. Isso fez parte, sim, desde a concepção da série, mas foi expandida ao longo dos anos. Cada nova geração promovia maneiras inéditas de agir perante seus monstrinhos e amigos.

A franquia nunca teve medo de ousar e oferecer experiências diferenciadas, mesmo que os resultados nem sempre fossem positivos. Com muitos acertos e diversos erros, Pokémon cresceu, trazendo batalhas 3D a consoles mais poderosos, como o Nintendo 64 e Game Cube, bem como jogos de fotografia, puzzles e até pinball. Pessoalmente, sou apaixonado pela série Ranger de Nintendo DS e até hoje adoro como aqueles games são aventuras Pokémon com mudanças gritantes ao gameplay tradicional.

Aliás, você se lembra da quantidade de dispositivos adicionais que se conectavam ao Game Boy e tantos outros aparelhos para complementar a experiência? Havia cabo para troca, câmera fotográfica com capacidade de resolução questionável e até um cabo para conectar ao telefone. Na verdade, isso e muito mais.

Diversos jogos foram lançados apresentando novas gerações de criaturas. Revisitamos clássicos em adorados remakes, como Pokémon FireRed & LeafGreen, HeartGold & SoulSilver e OmegaRuby & AlphaSapphire — sem esquecer dos futuros Brilliant Diamond & Shining Pearl. Também conhecemos mais histórias com edições definitivas, como Pokémon Crystal, Emerald, Platinum e outros.

Os anos se passaram e a série continuou trazendo novidades com base nos recursos dos consoles para os quais os títulos eram lançados. Os rostos de Ash, Pikachu, equipe Rocket e diversos outros personagens e monstros já eram conhecidos por todos. A relevância de Pokémon é tão grande que já vimos, em mais de uma ocasião, criaturas da série sendo intituladas embaixadoras no Japão, como Lapras. É comum, nos Estados Unidos, Pikachu aparecer como um balão no desfile anual de Dia de Ação de Graças, em Nova Iorque.

Inflável de Pikachu no desfile de Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos. Imagem: The Pokémon Company

Saindo dos jogos lineares para consoles, a série voltou a conquistar o mundo de maneira ampla em 2016, com o lançamento do jogo mobile Pokémon Go. O game de realidade aumentada mexeu com a paixão nostálgica de fãs que acompanharam a série ao longo dos anos e também dos que haviam até esquecido que eram apaixonados por Bulbasaur, Charmander e Squirtle.

O fato desse game ser mobile e gratuito abriu portas. Naquele momento, qualquer um que tivesse um smartphone minimamente adequado era capaz de jogar, em qualquer lugar, a qualquer momento. Sem a necessidade de comprar um console e sem a necessidade de adquirir o game; era, enfim, possível jogar Pokémon de graça.

Sim, o lançamento em si foi um tanto conturbado, mas o título foi corrigido e continua sendo um sucesso comercial. Pokémon Go bateu recordes de lucro durante 2020, ano marcado por uma pandemia com as pessoas presas em casa por causa de quarentena — se isso não diz nada sobre a tamanha importância da franquia, acho que nada de te convence a essa altura. Vale apontar que o jogo mobile, mantendo o legado de inovação e interatividade da franquia, trouxe novas opções de gameplay junto a outros treinadores, como as Reides, e aproveitando do hardware em mãos, um telefone móvel para calcular o quanto você andou.

Pokémon estimula o que há de melhor em nós enquanto seres sociais. Pokémon mexe com paixão, seja pelos games, pelas cartas, pela competitividade, pelo anime, pelo colecionismo, pelos pequenos monstrinhos de bolso, pelos amigos — digitais ou não. Pokémon é um filho com defeitos e acertos, como todos nós, mas que amamos incondicionalmente. Pokémon é uma porta para a interpretação positiva do mundo que nos rodeia e, simultaneamente, escapismo da dura realidade que enfrentamos.

25 anos depois, não vivemos sem Pokémon e, honestamente, Pokémon não vive sem os jogadores ou meros entusiastas; a franquia se alimenta da paixão dos fãs e, como em uma relação simbiótica de múltiplos benefícios, os apaixonados precisam da série da Nintendo para respirar. Parabéns, Pokémon, e muito obrigado.


Quais são seus games preferidos da série Pokémon e quais foram seus melhores momentos com a franquia? Quais são seus Pokémon preferidos e o que vocês esperam para o futuro da franquia após o anúncio de Pokémon Legends Arceus e New Pokémon Snap? Conversem comigo na seção de comentários abaixo.


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Fonte: Via IGN

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