Red Dead Redemption é sinônimo de sucesso. Os dois títulos da rockstar são aclamados por público e crítica e se tornaram um marco para o faroeste nos games — de uma forma tão grande que acabou transbordando para outra parte do entretenimento: o cinema.
O primeiro RDR chegou em maio de 2010 para Xbox 360 e PlayStation 3. O faroeste nunca deixou de ser algo, claro, mas naquela época os maiores sucessos do gênero no cinema eram O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, de 2007, e O Segredo de Brokeback Mountain, de 2005.
Ambos não eram exatamente faroestes como os clássicos filmes do gênero (que você pode ver alguns nessa lista aqui), que acabaram influenciando Red Dead Redemption mais do que o game que ele sucedeu espiritualmente, Red Dead Revolver.
O clássico da Rockstar não era apenas “um GTA no Velho Oeste”. John Marston tinha personalidade própria e todos os personagens da trama eram bem diferentes do tom que GTA apresentava (mesmo em GTA IV, entrada mais séria da franquia até aqui).
RDR fez muita gente perceber que existia um público disposto a gastar por conteúdo novo inspirado no Velho Oeste.
Foram mais de 1.44 milhões de cópias vendidas apenas na primeira semana (atualmente o primeiro game da franquia tem mais de 23 milhões de cópias vendidas), o que fez muita gente perceber que existia um público disposto a gastar por conteúdo novo inspirado no Velho Oeste.
Pouco tempo após o lançamento de RDR, Jonah Hex chegou aos cinemas adaptando o clássico quadrinho com inspirações no mesmo período para o cinema. Com nomes como Josh Brolin, Megan Fox, Lance Reddick, entre outros, o filme ainda assim não chegou nem perto do impacto cultural do game da Rockstar — e fez uma bilheteria pífia.
Ora, se o público dos games se mostrava disposto a gastar por uma nova obra western, o que aconteceu? Red Dead Redemption não é uma reinvenção ou mesmo uma subversão do gênero. Ele é apenas um bom faroeste — muito bom, na verdade.
Talvez o remake de Bravura Indômita, que chegou aos cinemas no final de 2010, tenha consolidado essa visão de que o faroeste ainda tinha espaço, desde que fosse feito com qualidade.
Em julho de 2011 ainda seria lançado Cowboys e Aliens, talvez numa última tentativa de misturar gêneros e tentar abocanhar dois públicos diferentes, mas que na verdade acabou afastando ambos.
Até a Disney tentou surfar nessa onda com O Cavaleiro Solitário.
Foi em 2012, dois anos depois do lançamento de Red Dead Redemption, que o velho oeste voltou com tudo ao cinema: Django Livre chegou de maneira explosiva, entregando tudo quase na virada para 2013.
O filme de Tarantino foi sucesso de bilheteria, arrecadando cerca de US$ 426 milhões e deixando o “bang-bang” novamente como algo que todos queriam ver.
Em 2013, até a Disney tentou surfar nessa onda com O Cavaleiro Solitário, mas novamente o público não se interessou por um velho oeste que não era violento como o de Red Dead Redemption ou explosivo como o de Django.
No ano seguinte, o faroeste tradicional voltou ao cinema com Dívida de Honra, de Tommy Lee Jones. Embora 2014 ainda tenha sido o ano de Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola, comédia com temática de velho oeste, mostrando que Hollywood estava interessada em explorar o gênero de todas as formas que conseguisse.
Já 2015 foi o verdadeiro auge da onda de faroeste que começou com Red Dead Redemption e culminou no Oscar DiCaprio: o ano teve os lançamentos de Slow West, com Michael Fassbender, Os 6 Ridículos, com Adam Sandler, e ao melhor estilo Barbenheimer, Os Oito Odiados, de Tarantino, e O Regresso, de Iñarritu, chegaram juntos ao cinema em 25 de dezembro daquele ano.
Ao melhor estilo Barbenheimer, Os Oito Odiados e O Regresso chegaram juntos ao cinema em 25 de dezembro de 2015.
No Oscar de 2016, enfim Leonardo DiCaprio teve sua carreira coroada com um Oscar de melhor ator, justamente por seu papel em O Regresso. Além disso, esse Oscar também consagrou o retorno dos faroestes que desde então sempre aparecem com bons títulos — seja no cinema ou no streaming, com obras como Sete Homens e um Destino (de 2016), Uma Mulher Exemplar (2018), A Balada de Buster Scruggs (2018), a série Yellowstone e seus derivados, entre outros.
Em 2018, a Rockstar fez mais um clássico: Red Dead Redemption 2. É cedo para analisar a influência que o prequel teve fora dos games, afinal ainda estamos em 2023 — aguardando uma versão do jogo para a nova geração de consoles. Mas é certo que Hollywood ficou atenta olhando para um game que fez mais de US$ 725 milhões em 3 dias.
Só o futuro poderá nos responder se Arthur Morgan também será responsável por algum Oscar.
Inscreva-se no canal do IGN Brasil no Youtube e visite as nossas páginas no TikTok, Facebook, Twitter, Instagram e Twitch! | Siga João Paes Neto no Instagram e Twitter.