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Cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) identificaram um composto sintético derivado do ácido antranílico que é capaz de reduzir a multiplicação do zika vírus em até 86%.

Os resultados parciais da pesquisa foram publicados em novembro na revista Scientific Reports, do grupo Nature, e divulgadas no site da universidade no dia 16 de dezembro.

Conforme a UFU, desde 2015, um grupo de pesquisadores cultiva células, infecta-as com vírus de doenças como zika e chikungunya e testa substâncias que possam inibir a ação desses vírus.

“Nós testamos moléculas que foram isoladas da natureza, como compostos isolados de plantas do cerrado ou proteínas de peçonhas brasileiras, e também compostos que são desenvolvidos por laboratórios colaboradores com base em estruturas naturais”, explicou a coordenadora do estudo, professora Ana Carolina Gomes Jardim.

Uberlândia não tem nenhum caso de zika vírus registrado em 2019, mas em Minas Gerais foram pelo menos 725 casos prováveis da doença em 2019, sendo 168 em gestantes.

Casos prováveis de zika em gestantes foram registrados em 59 municípios: Uberaba (21), Belo Horizonte (18), Ribeirão das Neves (16), São Francisco (13), Contagem (7), Martinho Campos (7), Araguari (6), Janaúba (6) e Passos (4), os demais 50 municípios registraram, juntos, 70 casos.

Segundo a publicação, no Laboratório de Virologia, vinculado ao Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM/UFU), foram feitos os testes in vitro, com as células cultivadas.

Os testes foram feitos com vírus produzidos em laboratório com a mesma sequência genética do zika vírus brasileiro, mas com um gene extra que sintetiza uma proteína que emite luminescência na presença de um substrato, o que permite aos cientistas observarem a atividade desse vírus.

O composto sintético FAM E3, capaz de inibir a ação do zika vírus, foi desenvolvido com base na estrutura natural de uma planta do cerrado.

“Nós infectamos as células na presença desse composto e comparamos com uma célula infectada que não foi tratada. Então, percebemos que existe uma redução da infectividade do vírus a níveis muito parecidos com uma célula não infectada”, afirmou Jardim.

Os pesquisadores da UFU identificaram, inclusive, em qual parte do ciclo de vida do zika vírus o composto FAM E3 agiu. Na próxima etapa, os testes serão com animais.

O zika é um arbovírus (vírus transmitido por picadas de insetos) cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, a doença pelo vírus zika apresenta risco superior a outras arboviroses, como dengue, febre amarela e chikungunya, para o desenvolvimento de complicações neurológicas, como encefalites, Síndrome de Guillain Barré e microcefalia.

O estudo foi desenvolvido em parceria com o Laboratório de Fisiologia Integrativa e Nanobiotecnologia Salivar (ICBIM/UFU) e o Laboratório de Nanobiotecnologia, do Instituto de Biotecnologia (IBTEC/UFU).

O composto testado foi sintetizado pelo Laboratório de Química Verde e Medicinal da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de São José do Rio Preto, coordenado pelo professor Luis Octávio Regasini.

A pesquisa foi desenvolvida com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Fundo Newton, um recurso da agência britânica The Royal Society. Os pesquisadores da UFU passaram por treinamento no Reino Unido e na Estônia.

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