Matthew Perry, ator conhecido por interpretar Chandler Bing na série Friends, falou abertamente sobre os problemas com drogas e álcool que enfrentou enquanto filmava a sitcom, a experiência de quase morte e o atual momento, em que se encontra “grato por estar vivo”.
“Queria compartilhar a história quando estivesse salvo de ceder ao lado sombrio de novo. Tinha de esperar até que estivesse sóbrio com segurança – e longe da ativa doença do alcoolismo e do vício”, afirmou Perry, em entrevista à People, certo de que seu relato pode ajudar muitas pessoas que passam por uma situação parecida.
Hoje com 53 anos de idade, Perry está prestes a publicar um livro de memórias, “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”. O ator contou, à People, que quase morreu há alguns anos, quando tinha 49.
Na época, Perry sofreu de perfuração gastrointestinal e viu seu cólon explodir após uso excessivo de opioides, ficando duas semanas em coma e cinco meses de recuperação no hospital.
“Os médicos disseram que eu tinha 2% de chances de sobreviver”, relembra Perry.
Quando o ator entrou para Friends, aos 24 anos, o vício em álcool não era tão grave. “Conseguia lidar, de certa forma. Mas quando estava com 34 anos, me envolvi em muitos problemas”, recorda. “A nona temporada foi quando estive sóbrio o tempo todo. E adivinhe só por qual temporada eu fui indicado a Melhor Ator? Aquilo deveria me dizer algo.”
Durante um dos piores períodos em Friends, Perry recorda que “não sabia como parar”, e que “se a polícia viesse à minha casa e dissesse: ‘se você beber hoje, vamos te prender’, eu já arrumava minhas coisas [para ser levado]. Não conseguia parar, porque a doença e o vício são progressivos. Fica pior e pior enquanto você envelhece”.
Em relação aos colegas de Friends, Perry disse que eles eram “compreensivos e pacientes” como “pinguins”.
“Os pinguins, por natureza, quando um está doente ou machucado, os outros pinguins o cercam até que ele possa andar sozinho. Foi mais ou menos isso o que o elenco fez por mim”, comparou.
Hoje, Perry diz estar “bem saudável”. Ele prefere não revelar o tempo de sobriedade, mas que conta cada dia. “É importante, porque se você perder a sobriedade, não significa que você perdeu todo o tempo e progresso. A data da sobriedade muda, mas é só o que muda. Você sabe tudo o que sabia antes, o quanto tempo foi capaz de lutar, você aprende muito”.
“Havia cinco pessoas que colocaram uma máquina ECMO naquela noite. Os outros quatro morreram, e eu sobrevivi. A grande questão é: por que? Por que eu fui o único? Deve haver algum tipo de razão”.
“Tudo começa com a sobriedade. Se você não tiver isso, vai perder tudo o que colocou à frente. Minha sobriedade está aqui. Sou uma pessoa extremamente grata. Estou grato por estar vivo, com certeza. E isso me dá a possibilidade de fazer algo a respeito”, concluiu.
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