Nos últimos 20 anos, os Estados Unidos destinaram entre 3,1 e 4,9% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano para manter sua posição como potência militar. Segundo dados do Banco Mundial, é um gasto anual de até US$ 778 bilhões. Uma figura enorme que se traduz, entre outras coisas, no desenvolvimento da mais moderna tecnologia militar. Dessa vez, o caso não é sobre o maior navio do mundo, mas sim do mais avançado.
O USS Zumwalt (DDG-1000) é o navio líder da nova classe Zumwalt. Ele se qualifica como um destroyer (destróier ou contratorpedeiro) de mísseis guiados multiuso com recursos furtivos. Ou seja, é projetado para missões furtivas, com foco em ataques terrestres. Além disso, a Navy (Marinha dos EUA) diz que tem capacidade para participar em tarefas de defesa antiaérea, atacar alvos ao nível da superfície e prestar apoio naval.
A ideia de construir este tipo de navio vem do final dos anos noventa. O contratorpedeiro Zumwalt foi um dos conceitos incluídos no programa de pesquisa e desenvolvimento do novo navio de guerra SC21, posteriormente renomeado como DD(X). O Congresso liberou os fundos, US$ 1,4 bilhão, em 2008, e isso marcou o início formal do projeto.
A General Dynamics, uma lendária empresa de defesa americana com mais de 100 mil funcionários, foi contratada para construir o primeiro navio da classe Zumwalt. O cronograma inicial previa que deveria ser entregue finalizado em abril de 2013, mas devido a alguns inconvenientes foi entregue seis meses depois.
Surpreendentemente, um atraso de meio ano em um projeto dessa magnitude não é nada escandaloso, considerando que alguns podem levar anos. Assim, em janeiro de 2014, teve início a sua preparação para as provas de mar. Estas consistiam em submeter o barco a diferentes condições adversas, com o objetivo de avaliar o seu desempenho.
Terminados os testes, segundo um comunicado de imprensa, o primeiro oficial comandante, capitão James A. Kirk, destacou as qualidades da nave com a seguinte mensagem: “Zumwalt é hoje uma maravilha técnica. Quando implantado, nossa nação terá um contratorpedeiro multimissão com furtividade e poder de combate para enfrentar as missões mais desafiadoras”.
Por que o USS Zumwalt é tão avançado?
Uma das características mais interessantes do USS Zumwalt é que ele é um navio de propulsão elétrica integrada, o que significa que os motores de combustão atuam como geradores elétricos que acionam os motores que acionam as hélices.
O sistema de propulsão é composto por duas turbinas a gás Rolls-Royce MT30, peças projetadas com 50% menos elementos que outras equivalentes, juntamente com dois geradores RR4500. Ele move duas hélices gêmeas de cinco pás de passo fixo, cada uma com 5,4 metros de diâmetro.
A Marinha dos EUA afirma que o navio gera aproximadamente 78 megawatts de energia, tanto quanto gera um porta-aviões movido a energia nuclear. Isso se traduz em eletricidade suficiente para operar todos os seus sistemas e, para comparação, abastecer uma pequena cidade.
Além disso, suas capacidades furtivas teoricamente permitem que ele apareça no radar como um pequeno barco de pesca. No entanto, é uma arma de guerra equipada com várias torres, um Peripheral Vertical Launch System (PVLS), que inclui mísseis de cruzeiro BGM-109 Tomahawk, e um Advanced Gun System (AGS), este último com dois canhões navais de longa duração. alcance de projéteis terrestres.
Com 182 metros de comprimento e 24 metros de boca, atinge uma velocidade máxima de 30 nós e pode transportar até 158 tripulantes. Ao nível dos sensores e sistemas de processamento, dispõe de um radar multifunções AN/SPY-3 e de um radar de vigilância de volume hemisférico, sistema que permite o seguimento de aeronaves e mísseis de alta velocidade.
E como tudo isso é controlado?
Os detalhes dos sistemas de computador que alimentam esta embarcação são desconhecidos, mas é provável que ela não tenha computadores com Windows XP, como o HMS Queen Elizabeth já teve. O USS Zumwalt tem sua própria sala de servidores Linux. O centro de operações também possui laptops que podem ser usados por qualquer tripulante do navio.
Apesar de sua tecnologia avançada e um investimento de cerca de US$ 4,4 bilhões, o USS Zumwalt parece ter ficado aquém das expectativas da Marinha, que planejava construir mais de 20. Em vez disso, encomendou apenas três, mas o custo total do programa ainda sofreu numerosos estouros de custos. Qual será o futuro desses navios? O tempo o revelará.
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