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Dodecacampeão: difícil de pronunciar e mais difícil ainda de imaginar 12 anos atrás. É espantoso assim o domínio de Rafael Nadal em Roland Garros. Um reinado que ganhou mais 12 meses neste domingo, com outra atuação soberba do espanhol de 33 anos, que aplicou 6/3, 5/7, 6/1 e 6/1 sobre Dominic Thiem, atual número 4 do mundo, e levantou o trofeu do torneio pela 12ª vez.

Não foi tão fácil como em 2018, quando Nadal superou Thiem na final por 6/4, 6/3 e 6/2, mas foi novamente uma demonstração da força do espanhol no saibro, especialmente em jogos no formato melhor-de-cinco. Em Roland Garros, ele soma 93 vitórias e duas derrotas na carreira. No saibro, são 118 triunfos e apenas dois reveses em melhor de cinco sets.

A conquista deste domingo também significa que ele se torna o primeiro tenista a vencer um slam 12 vezes. Ele dividia a marca com a australiana Margaret Court, que triunfou no Australian Open 11 vezes entre 1960 e 1973. No total, Nadal acumula agora 18 títulos em torneios do Grand Slam. O recorde é de Roger Federer, com 20, e o terceiro da lista é Novak Djokovic, com 15.

O relato

O duelo começou com os dois em altíssimo nível, disputando pontos longos do fundo de quadra, cometendo poucos erros e exigindo muito um do outro. Nadal e Thiem trocaram vários golpes espetaculares até que o austríaco, impecável, jogou quatro pontos perfeitos em sequência para quebrar o serviço do espanhol. O Rei do Saibro, contudo, estava longe de vulnerável e seguiu jogando um belíssimo tênis.

Foi Thiem quem deixou seu nível cair – e, mesmo assim, nem tanto – e Rafa aproveitou. Primeiro, jogou um game brilhante e devolveu a quebra imediatamente para fazer 3/3. Depois, salvou um break point com um erro de devolução de Thiem. Em seguida, com 4/3 de frente, executou uma curtinha perfeita (tweet abaixo) e forçou Thiem a um erro de voleio que significou outra quebra. Com 5/3, Nadal confirmou o serviço e fechou a parcial em 56 minutos.

Depois de jogar um set paciente, com muitas trocas do fundo, e vencer apenas três games em 56 minutos, Thiem resolveu “ligar o turbo”. Passou a atacar mais cedo nos ralis, buscando bolas vencedoras e, consequentemente, assumindo mais riscos. O plano deu certo. O austríaco fez um lindo set, confirmando seu saque sem ser ameaçado. Nadal também fazia seus games de serviço sem drama, mas jogou apenas um game ruim e pagou o preço. Com 5/6 no placar, o espanhol cometeu quatro erros seguidos e perdeu o game e o set: 7/5.

O dilema de jogar com tanta agressividade contra Nadal – especialmente no saibro – é que as margens para erro são mínimas, e elas ficaram visíveis logo no começo do terceiro set. Um par de erros no primeiro game fizeram Thiem perder seu saque, colocando Nadal em posição privilegiada. O espanhol foi implacável e aproveitou o embalo, vencendo os 11 primeiros pontos da parcial e ainda encaixando um forehand indefensável na paralela para quebrar o desafiante novamente e abrir 3/0 e, em seguida, confirmar o saque para abrir 4/0. Até então, o placar de pontos na parcial mostrava 16 a 1 para Rafa.

Além de mostrar a habitual solidez do fundo de quadra, Nadal estava em uma tarde especialmente gloriosa junto à rede. Executou saque-e-voleio com precisão em um par de momentos, matou pontos com smash jogando Thiem de um lado para o outro e fez voleios dificílimos do começo ao fim do jogo. Em um deles, no terceiro set, ganhou até um elogio do oponente. Uma nova quebra no sétimo game definiu a parcial em 6/1.

Quando o quarto set começou, Thiem seguiu apostando na postura mais agressiva, e isso lhe rendeu até um break point no primeiro game – Nadal se salvou com um forehand vencedor. No segundo game, porém, mais erros do austríaco deram ao campeão mais chances de quebra, e ela veio com uma nova falha do desafiante.

No terceiro game, outros dois break points para Thiem e mais dois belos saques de Nadal para se salvar. Quando fez dois voleios vencedores seguidos e confirmou o saque para abrir 3/0 depois de nove minutos de game, Nadal pareceu ter aplicado o golpe de misericórdia no austríaco. A montanha era muito alta, e a escalada, íngreme demais para Thiem.

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