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Os 22 anos do produto da Apple que revolucionou o entretenimento

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Ele não foi o primeiro MP3 player da história e tão pouco o primeiro lugar a ter podcasts (por mais que o nome possa dar essa impressão), mas a mudança que o iPod causou na indústria do entretenimento foi tão grande que mesmo hoje, completamente fora de linha há mais de um ano, o iPod ainda reverbera — de diversas formas.

Primeiro, vamos voltar no tempo, na época do lançamento do primeiro iPod. Mais precisamente em 23 de outubro de 2001. Os MP3 players já existiam, embora não fossem populares — até por conta da falta de oferta desse formato: a pirataria por meio do P2P só ficaria popular alguns anos depois. Naquela época era muito mais comum as pessoas transferirem as músicas de CDs para seus leitores digitais, já que também não existiam lojas de música como a iTunes.

Foi nesse cenário que Steve Jobs introduziu o então aparelho mais compacto da Apple: o primeiro iPod. Você pode conferir o vídeo abaixo, mas no geral o design era bem próximo do que persistiu até o fim da linha Classic, em 2014.

Junto da loja iTunes, a Apple começou a mudar a forma que a música era consumida até então. Com a popularização do iPod, outros aparelhos concorrentes começaram a aparecer mais — nem sempre de boa qualidade, mas que entregavam a possibilidade de ouvir milhares de músicas por aí, seja com músicas compradas na iTunes (ou em concorrentes) ou baixadas de maneira ilegal.

Um dos concorrentes foi o Zune, da Microsoft. Ele não teve tanto destaque quanto merecia, mas o embrião dos streamings de hoje surgiu ali, com o Zune Pass — tal como a interface Metro/Modern que ficou famosa depois em versões do Windows e na dashboard do Xbox 360 — mas essa é outra história.

“Em 10 anos o lucro da Apple foi de menos de 200 milhões para 20 bilhões de dólares.

Voltando ao iPod, em sua quinta geração ele já era capaz de reproduzir vídeos numa realidade diferente de hoje: sem internet móvel de qualidade e muito menos smartphones, poder baixar episódios da sua série favorita em algo que cabe no bolso era uma ótima forma de ficar em dia com os episódios. De certa forma, o iPod ajudou na popularidade de diversas séries — incluindo a versão de The Office da NBC.

Vídeo e música na iTunes (ao menos nos EUA, já que por aqui a realidade era diferente) renderam muito dinheiro à Apple — em 2010 a companhia teve um lucro de mais de 20 bilhões de dólares. Dez anos antes, em 2000, o lucro não chegava a 200 milhões de dólares.

Hoje a indústria da música praticamente migrou para o streaming, embora a loja de músicas digital da Apple ainda funcione, mesmo sem um iPod novo há mais de um ano: o último, o Touch, saiu de linha em maio de 2022 e já era mais um iPhone sem antena celular do que um iPod de verdade.

The Office no iPod do Jim — o ator John Krasinski (imagem: Reprodução)

Em época de streaming, quem ainda usa iPod?

Eu uso e — por mais incrível que pareça — não estou sozinho. Em 2017, por conta do filme Baby Driver (Em Ritmo de Fuga, no Brasil), de Edgar Wright, as vendas de iPods usados tiveram um aumento em vários lugares do mundo. Por nostalgia, sim, mas também por praticidade.

Num avião, você não precisa se preocupar com modo offline ou qualquer coisa do tipo; em uma grande cidade, como São Paulo, não há o risco de ser roubado na rua como quando você usa um celular; além disso, é um gadget totalmente dedicado à música, então não há preocupação de salvar bateria ou ocupar espaço da memória com outra coisa.

Além disso, para resolver tanto o problema de bateria (com a idade, elas podem viciar) e até de armazenamento, diversas comunidades modders ensinam como fazer a troca de bateria e até mesmo instalar um SSD no seu iPod. Tem até como colocar bluetooth nos tocadores mais antigos.

Outro benefício é a qualidade da música. Sim, alguns streamings como Tidal e Apple Music possuem qualidade de som de estúdio disponível, mas isso consome mais espaço no celular e até mesmo mais bateria/banda por streaming. Nativamente o iPod suporta MP3 com qualidade alta de 320Kbps — porém existem alternativas de firmware que suportam FLAC, que é o arquivo de áudio com qualidade de estúdio.

Peça publicitária do iPod. (Imagem: Apple/Reprodução)

Além de tudo isso, é claro, existe o apreço pela peça de hardware que são os iPods. Poderia ser qualquer tocador de MP3, como o que o Kojima usa, mas as características de design do iPod são únicas. Jony Ive, lendário designer da Apple, estava em seu melhor aqui. O produto tem anos de existência e ainda assim não parece velho e é super funcional, sendo uma das grandes peças de design industrial dos anos 2000.

E se o Spotify tem o Mighty, quem sabe um dia a Apple de Tim Cook não cria um novo iPod com novas tecnologias e pronto para funcionar com o Apple Music? Eu estarei na fila de espera.


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Fonte: Via IGN

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