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Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

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A expectativa para Pantera Negra: Wakanda Para Sempre era particularmente diferente em relação às demais sequências do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). É daqueles filmes em que fatores externos são tão (ou mais) importantes quanto a trama em si.

Chadwick Boseman nos deixou precocemente. Como a Marvel Studios vai lidar com isso em tela? Como será feita a homenagem? Quem seguirá com o legado do herói, que protagonizou um dos capítulos mais importantes e históricos desse universo compartilhado, chegando até mesmo a concorrer ao Oscar?

Quem assumirá o manto do Pantera Negra no MCU é um dos questionamentos, mas não o central. Esse, eu diria, é como a falta de Boseman será sentida em Wakanda Para Sempre – e a resposta vem logo na vinheta da Marvel Studios no início. Os primeiros segundos já ditam o tom de luto, saudade e a importância insubstituível de Boseman, cuja presença é mais sentida do que nunca por aqui. Ele não precisa ser citado para ser sentido.

E, honestamente? Os “porquês” não são o mais importante, e sim os “como”.

Contents

Um novo reino para o MCU

E se o primeiro Pantera Negra (2018) nos convidou à Wakanda, este segundo filme nos chama para mergulhar ao Reino de Talocan, lar de Namor. A casa dos wakandanos já era um deleite visual, mas Talocan consegue ser ainda mais deslumbrante – por lá, acontece minha cena favorita, de encher os olhos e ouvidos ao mesmo tempo, uma volta ao passado para compreender o presente.

Até que passamos um bom tempo em Talocan, mas eu não reclamaria se ficássemos mais alguns minutos por lá. Certos momentos me remeteram até Avatar, outro grande filme da Fox/Disney de 2022 que é conhecido por ser visualmente muito bonito – e ter cenas debaixo d’água.

Novos personagens

Wakanda Para Sempre nos apresenta a dois novos e importantes personagens: Coração de Ferro, que terá série solo no Disney+, e o próprio Namor, que até então não se sabia ao certo se seria vilão, anti-herói ou vilão – já que ele foi de tudo um pouco nos quadrinhos. E não cabe a nós dizer aqui o que ele é, apenas que o ator Tenoch Huerta deixa uma marca no MCU e uma vontade de vermos mais do Príncipe Submarino nas telonas – ou telinhas, né.

Ambas as introduções fazem sentido para a trama e não soam forçadas, embora fique nítido que Wakanda Para Sempre seja uma vitrine para que o público conheça Coração de Ferro antes da série.

Dominique Thorne interpreta aqui uma carismática e deslumbrada adolescente, do mesmo jeito que América Chavez em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. É divertido de acompanhar, mas, honestamente? Não faria falta se não estivesse ali – e se o roteiro surgisse com outra justificativa para o encontro de Wakanda com Talocan, já que a garota possui um elo de ligação. O mesmo vale para o agente Everet Ross (Martin Freeman) e todo o seu arco.

Mas é Namor mesmo quem rouba a cena, desde a primeira vez em que vemos a silhueta dele. O líder de Talocan consegue passar na fala e no olhar suas motivações e, a exemplo de Killmonger no primeiro filme, nos coloca em dilema sobre qual lado escolher. Extremamente encantador, Namor é igualmente ameaçador e poderoso. Você quer tê-lo como aliado, e não como oponente.

Até as asas no tornozelo, que poderiam cair na tosquice, foram bem incorporadas no live-action, e as cenas em que Namor voa é como se víssemos um peixe nadando pelos céus. No MCU, a origem do nome é diferente, e segue os moldes de “La Rata Alada (URL)” do Batman de Robert Pattinson. Achei elegante, mas entendo quem vire o olho para o trocadilho.

Culpa, amadurecimento e vingança

Não vou dizer exatamente quem e entrar em muitos detalhes, mas existe um personagem que serve como fio condutor de Wakanda Para Sempre. O filme todo é dessa pessoa em uma história de amadurecimento, aceitação e até de vingança.

Aqui, há outro fator externo que causou polêmica na época da pandemia. No entanto, dentro do filme e da personagem, você até esquece por um breve momento e foca na atuação e entrega dentro das 2h41 de duração — é o segundo filme mais longo do MCU, atrás apenas de Vingadores: Ultimato.

No geral, todo o elenco está à vontade e entregue em seus respectivos papéis e na grande homenagem ao colega e amigo Chadwick Boseman, com destaque para Letitia Wright, Danai Gurira e, especialmente, Angela Bassett, que protagoniza dois discursos muito poderosos.

Trilha como personagem

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre sabe equilibrar como poucos filmes os sons ambientes, a trilha sonora original e a trilha de artistas convidados – a lista é invejável, e inclui Rihanna, que está de volta à música depois de um hiato de 5 anos. Mas vale deixar aqui minha admiração pelo compositor sueco Ludwig Goransson, sempre afiadíssimo – ele venceu, inclusive o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo primeiro Pantera Negra.

Enquanto o primeiro Pantera Negra era importante pela simples existência, com um peso enorme de representatividade de elenco e equipe de produção (e para todo um público que enfim se sentiu refletido), a grande preocupação de Wakanda Para Sempre é honrar o legado de Chadwick Boseman do exato primeiro minuto à emocionante e única cena pós-créditos.

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é um filme-homenagem a Chadwick Boseman, mas também uma história de luto, amadurecimento e vingança. Talvez não tenha a mesma importância do primeiro filme, mas carrega um peso emocional como poucas obras, dentro e fora do MCU. Entre passar o manto, apresentar um novo e importantíssimo personagem (Namor) e seu reino, lembraremos mesmo é da presença de Boseman do primeiro ao último segundo.

Fonte: Via IGN

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