Queria começar falando que nunca fui um fã assíduo de jogos da Nintendo, embora tenha um eterno carinho por eles. Meu “auge” com a desenvolvedora foi, talvez, na época do Nintendo 64, quando passava horas jogando com o meu primo Super Smash Bros. e Mario Kart 64. De lá pra cá eu dei uma afastada não intencional da Nintendo, mas sempre acompanhando e com o desejo de mergulhar novamente no mundo nintendista. Por isso, quando surgiu a oportunidade de testar Pikmin 4, em Nova York, a convite da Nintendo, eu a abracei com força.
O novo jogo da franquia serve também como uma nova entrada nesse mundo e para alguém que não conhecia a fundo essa história, ele funciona muito bem. Pikmin 4 traz um equilíbrio quase que perfeito entre satisfazer tanto o seu fã mais antigo quanto um novato na série.
Durante o teste, eu e outros convidados pudemos jogar quase uma hora de expedição diurna, além de alguns minutos no modo coop e o Dandori Battle. Infelizmente, no entanto, não nos foi liberado testar a exploração noturna e a customização de seu próprio avatar.
Em Pikmin 4 as expedições estão bem mais dinâmicas. Missões simultâneas aparecem e você pode selecionar a qualquer momento em seu tablet (menu do jogo) qual você irá priorizar. E claro que isso requer estratégia, já que diferentes missões lhe darão diferentes recompensas, que por sua vez impactam a sua exploração. Você pode ir atrás de tesouros ou priorizar o resgate de exploradores, e por aí vai.
A câmera solta lhe permite uma maior liberdade para navegar pelo mundo, mas o que chama a atenção também é o novo sistema de itens, upgrades e crafting. Esse sistema é liberado a partir do momento que resgatamos o cientista Russ.
Ao longo do mapa, vamos coletando diversos cacos azuis, e com Russ você desbloqueia a opção de transformar esse material em argila. Isso lhe permite construir pontes, o que por sua vez garante acesso a novas áreas do cenário.
É com Russ também que podemos selecionar e dar upgrade em itens e habilidades. Um drone para “escanear” o mapa, roupas resistentes a danos de gelo e fogo, e por aí vai, mas a minha favorita no teste foi a corneta! O item te permite fazer com que todos seus Pikmin e aliados avancem rumo a um objetivo ou inimigo.
Contents
Pikmin, Pikmin e mais Pikmin!
Acho que falo por todos (ou talvez só por mim mesmo) quando digo que uma das grandes satisfações é criar exércitos de Pikmin, e aparentemente isso será possível em Pikmin 4. Você começa com um limite de Pikmin que podem estar em seu grupo ao mesmo tempo – inicialmente, 20. No entanto, esse número irá crescer, já que agora você pode aprimorar as cebolas, que são as naves que armazenam os Pikmin.
No teste, consegui chegar a um máximo de 30 Pikmin, e isso foi apenas com um upgrade, mas os devs que nos acompanharam na gameplay confirmaram que esse número vai crescer ainda mais conforme você progride no jogo. Ou seja, PODE VIM, EXÉRCITO DE PIKMIN!
E mesmo com um exército, se você é apegado a cada um de seus Pikmin, não precisa se preocupar em perdê-los. Uma das novidades do game é a mecânica de “Rewind”, que lhe permite voltar no tempo para reverter qualquer perda de Pikmin pelo caminho.
Os novos Pikmin de gelo também são uma novidade agradável. Você os descobre em uma caverna, e sua habilidade de congelar não só obstáculos, como também inimigos, traz uma possibilidade de estratégia diferente quando em combate.
Ah, e lembra daquele upgrade na cebola? Pois é, agora também é possível mover a cebola ao longo do mapa. A funcionalidade já sugere que os cenários em Pikmin 4 serão, talvez, os maiores da franquia.
As cavernas estão de volta, mas não talvez como você se lembra!
Em Pikmin 2 as cavernas eram geradas de forma aleatória, o que significava que cada vez que você entrasse, ela seria diferente. Este não é o caso em Pikmin 4, mas isso passa longe de ser um problema.
Cada caverna traz inimigos, itens e puzzles diferentes, um mais desafiador que o outro. No entanto, você não precisa se preocupar em “gastar” muito tempo as explorando, já que o tempo passa seis vezes mais devagar lá dentro do que na superfície. Então, aquela correria pra voltar antes que escureça não existe aqui.
Um novo aliado, com uma nova dinâmica no jogo
Pikmin 4 traz a adição de Oatchi (na versão em português do Brasil, Otchin), que além de ser extremamente fofo, abre um novo mundo de possibilidades para a gameplay do jogo.
O cachorro te acompanha ao longo de toda a exploração e conforme o tempo passa, ele vai crescendo de tamanho. Com ele é possível quebrar barreiras ou objetos para coletar itens, saltar para uma área inalcançável a pé, atravessar lagos, engajar em combates e também seguir o cheiro de sobreviventes e itens/tesouros. Ou seja, é seguro dizer que Oatchi lhe apresenta uma dinâmica diferente em Pikmin 4.
Otchin também possui sua própria árvore de habilidades, e aqui é curioso citar que você escolhe o caminho que quer seguir em seus upgrades. A cada sobrevivente resgatado, você recebe 3 pontos de “Pup Drive”. Esses pontos podem ser convertidos em habilidades. Então, você pode optar em usá-los para tornar Oatchi mais forte em combate, aumentar o alcance de seu olfato, a força com que ele pode quebrar objetos maiores ou tornar Oatchi mais resistente, dando upgrades na sua vida. Aqui, você escolhe qual caminho você quer seguir de gameplay com seu cãozinho fiel.
Ah, e um detalhe crucial. Cuidado como você usa o Oatchi. Sua vida não é regenerada durante o dia e isso só pode ser feito posteriormente, na virada de dia ou quando você decidir upar certas habilidades na árvore.
É hora da batalha!
O novo modo Dandori Battle chegou para trazer o caos e muita diversão! Aqui você joga um 1v1 com seu amigo em um formato de arena e com um limite de tempo. Os dois competem para ver quem consegue mais recursos na sua base ao mesmo tempo que vão construindo seu exército de Pikmin. Você pode optar pela estratégia de atacar sempre o seu adversário ou focar apenas em “farmar” recursos.
No melhor estilo Mario Kart, algumas caixas de itens aparecem no mapa e é bom você sempre ficar atento a isso. Elas lhe garantem um poder especial aleatório para atrapalhar o seu adversário.
No entanto, o grande foco é o carrinho de bomba. Esse é o endgame do jogo e você não pode vacilar. Aqui, o jogador que enviar o maior número de Pikmin para empurrá-lo ganha, e se a bomba explodir na sua base, é o famoso GG. Você perde um número gigantesco de recursos, que até podem ser recuperados, mas é quase impossível voltar para a partida.
Como falei, esse modo é o puro caos e eu mesmo tive dificuldade para me acostumar no início. É muita coisa acontecendo na tela ao mesmo tempo, e em alguns momentos fica difícil ver de fato onde estão os seus Pikmin no meio de toda aquela bagunça.
O que deixou a desejar
Joguei apenas alguns minutos no modo coop, mas o suficiente para ter uma noção geral de como ele funciona. Enquanto um jogador ocupa o posto de explorador, controlando praticamente todos os aspectos “regulares” do jogo, como explorar e controlar os Pikmin e Oatchi, o outro player fica encarregado apenas de atirar itens especiais e pedras. E aqui está o problema.
Eu fiquei no posto do jogador secundário e percebi que se passasse algum tempo a mais naquela função, não iria me divertir tanto assim. O player 2 fica quase como um observador de tudo que o jogador principal faz e apenas auxilia em combates ou em algumas situações bem específicas.
É um modo que talvez para uma criança seja divertido, mas jovens ou adultos jogando aqui não vão ter a mesma experiência, e essa é uma parte do jogo que deixa a desejar pelo que o Pikmin 4 entrega nos outros modos.
Uma nova entrada
No final do teste a vontade foi de jogar ainda mais e acho que é isso que torna Pikmin 4 tão especial. Em apenas uma hora, o jogo me cativou por completo. Há uma quantidade imensa de novos recursos e mecânicas, o suficiente para te divertir e desafiar ao mesmo tempo.
Para os fãs que esperaram anos por essa sequência, Pikmin 4 é tudo que podiam contar e mais. Já para aqueles que nunca mergulharam no mundo de Pikmin anteriormente (como eu), o título vai te surpreender bastante e cativá-los tão rápido como foi comigo.
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