Enfim, os primeiros games Pokémon de mundo aberto chegaram. Pokémon Scarlet & Violet serão lançados para Nintendo Switch nesta sexta-feira (18), trazendo aos jogadores uma nova aventura (ou devo dizer, novas aventuras, no plural) situada na região de Paldea.

Mesmo com o recente lançamento de Pokémon Legends: Arceus, que apesar de alguns tropeços aqui e ali, ditou o que um Pokémon de mundo aberto (ou semi-mundo aberto) deveria parecer, Scarlet & Violet parece ignorá-lo para criar algo realmente inédito na série, o que traz tanto benefícios quanto malefícios.

Curiosamente, os títulos que inauguram a nona geração Pokémon tinham tudo para superar o que Legends: Arceus entregou no começo de 2022, porém em meio à falta de polimento e problemas técnicos grotescos, eles desperdiçam muito do potencial que tinham.

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Contos de Paldea

Em Paldea, jogadores de Scarlet & Violet se depararão com três campanhas principais. Ao ingressar no colégio Naranja (Scarlet) ou Uva (Violet), os novos treinadores logo cairão de cabeça em múltiplas tarefas em busca do “tesouro” pessoal de cada um, como parte de uma tarefa escolar.

Além da tradicional rota de ginásios rumo à posição de Campeão, os players também terão de enfrentar a equipe Star, um grupo de delinquentes que causam uma certa algazarra para com demais estudantes. A terceira campanha será uma de Titãs, em que jogadores terão de enfrentar poderosas criaturas espalhadas pelo mapa de Paldea – não, estas não são criaturas lendárias, apesar do nome da quest indicar que sim.

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Iono é uma nova e engraçada líder de ginásio. Imagem: Bruno Yonezawa

As três histórias, que eventualmente culminam em uma única aventura, são bem desenvolvidas para o parâmetro de campanhas Pokémon. Confesso que cheguei a me emocionar em mais de uma ocasião com as revelações trazidas, algo inédito para mim em games Pokémon. Tive a impressão que o tom da franquia amadureceu um pouco, mesmo que mantendo o caráter infantil como principal ponto de venda, mas o suficiente para conversar melhor com o público mais velho, que acompanha a série desde o século passado.

Terra, mar e céus

É nessas três aventuras individuais que os jogadores são livres para explorar Paldea à maneira que quiserem. Diferente de Legends: Arceus, que consistia em diversas áreas de semi-mundo aberto, entre as quais você transitava com algumas telas de carregamento, aqui tudo é conectado – com exceção de uma região sobre a qual não posso falar. Os treinadores em si não têm muita mobilidade e, dessa forma, são auxiliados por Koraidon / Miraidon, que gradualmente ganham novas skills que auxiliam na exploração, como a habilidade de saltar, planar, nadar e escalar.

Navegar a região de Paldea nas costas desses Pokémon que estampam as capas dos novos games só seria melhor se não fosse algumas dificuldades técnicas que detalharei em um tópico futuro deste review. De maneira geral, o conceito de mundo aberto em Pokémon funciona bem e há uma falsa sensação de liberdade durante o decorrer do game, que é bastante convincente aos jogadores. Há, sim, áreas de nível mais alto e, portanto, deve-se evitar passar por ali. Logo no começo do jogo me vi querendo ir direto para uma região específica do mapa e, apesar de ter os meios de fazer isso acontecer, vi meus Pokémon com níveis muito inferiores aos selvagens que habitavam o mundo ali – dei meia volta e segui o caminho que parecia mais natural. Bem, isso acontece na maioria dos games de mundo aberto e passa longe de ser um problema para quem sabe que tudo acontece na hora que tem que acontecer.

A variedade geológica digital oferecida pelo game também é bastante satisfatória, como é de costume com a maioria dos títulos Pokémon. Apesar da região ser inspirada na Península Ibérica, mais especificamente a Espanha (há até pequenas falas dos personagens em espanhol), você encontrará planícies, praias, florestas, desertos, pântanos e montanhas gélidas, cada um com um ecossistema diferente e, consequentemente, Pokémon diferentes.

Para a conveniência dos jogadores e fazer jus ao caráter de mundo aberto, Scarlet & Violet agora junta os Pokémon Centers e lojas em uma única estação aberta. Nestes locais, é possível curar seus Pokémon, comprar itens para a sua aventura, pedir dicas para onde prosseguir e criar TMs para ensinar aos seus bichos, tudo reunido em um único lugar, sem a necessidade de uma tela de carregamento ao entrar ou sair do estabelecimento porque simplesmente não há mais estabelecimento.

Dessa maneira, há realmente poucos locais nos quais os treinadores entram. Com exceção dos Ginásios, o colégio no qual você estuda e alguns prédios muito seletos, o foco é na exploração do mundo e, assim, chega ao fim a era de entrar em prédios para falar com todos os NPCs em busca de pequenos itens ou potenciais parceiros de troca. Esses personagens estão nas ruas das cidades e espalhados pelo mundo.

É difícil falar que o mundo aberto de Scarlet e Violet tem muito o que fazer, já que as únicas coisas para fazer são enfrentar treinadores, capturar e/ou farmar Pokémon, pegar itens e buscar um ou outro segredo aqui e ali. Não há missões secundárias ou qualquer outra atividade do tipo. Ainda assim, também não dá para falar que falta o que fazer em Paldea – o mundo ali foi concebido pensando em uma exploração ampla e atende esses recursos, de modo a ser bastante satisfatório navegar por ali.

Um dos problemas atrelados às mudanças provenientes do mundo aberto de Pokémon, no entanto, é encontrar shinies. Diferente de Legends: Arceus, onde ficava escancarado quando você se deparava com uma dessas raras versões de criaturas, Scarlet & Violet parece não dar indicativo nenhum. Após dezenas de horas de jogo, abri o meu Trainer Card e vi que havia batalhado contra um Pokémon shiny. Triste, pensei que havia o perdido, mas abri as minhas caixas, revirei tudo e me deparei com um que capturei logo no começo do game que, por acaso, era o tal do bendito shiny. Não lembro de ter visto grandes indicativos visuais de que ele era shiny (até porque não conhecia a criatura) e muito menos auditivas. De qualquer forma, o evoluí e deu tudo certo.

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O meu Bellibolt shiny. Imagem: Bruno Yonezawa

Batalhas cristalinas

As batalhas Pokémon de Scarlet & Violet não mudam muito em comparação com os títulos anteriores. Há sim, a nova mecânica Terastal, mas essa pouco impacta a maior parte do game. Seguindo o ritmo de tornar o design dos combates mais acessíveis, uma vez que você enfrenta um Pokémon uma vez, você registrará os Tipos dele e, mesmo que nunca o capture, quando o enfrentar novamente, saberá quais golpes dos seus Pokémon são efetivos, super-efetivos, pouco efetivos ou que não o afetam.

Embora fãs de longa data já tenham uma noção de como isso funciona, até porque sabem os Tipos de múltiplos monstrinhos de gerações passadas, esse pequeno detalhe ajuda quem está embarcando em uma jornada Pokémon pela primeira vez – e, no universo de Pokémon, quanto mais treinadores, melhor.

Uma das principais novidades no sistema de gameplay de Scarlet & Violet é a manufatura de TMs, isto é, os golpes que você ensina aos seus Pokémon. Ao conquistar um TM, você o adicionará à sua lista de possíveis itens fabricados e, dali, poderá produzir quantos TMs daquele você desejar, contanto que você tenha LP (League Points, uma das moedas do game) e os itens desejados. Para fabricar o TM Charm, por exemplo, é necessário alguns LP, pelo de Azurill e garras de Teddiursa. Com exceção do LP, os recursos referentes a Pokémon são capturados ao derrotar ou capturar as criaturas.

Essa é uma das maneiras que os games fazem os jogadores retornarem ao mapa e farmarem. Caso o seu foco seja o competitivo ou, ao menos, batalhas de altíssimo nível, o primeiro passo é obter Pokémon com boas estatísticas. O passo seguinte é farmar para que cada um aprenda os melhores golpes. Pessoalmente, gosto mais da maneira como Legends: Arceus abordou TMs, com a possibilidade de ensiná-los aos seus Pokémon por meio de treinos sem o farm que considero excessivo em Scarlet & Violet.

Há, pelo menos, uma maneira mais simples de farmar do que iniciar batalhas, um a um, com cada Pokémon da espécie cujo recurso você precisa. Nos primeiros títulos da nona geração, treinadores podem chamar o primeiro Pokémon da lista para o mundo aberto e, assim, enfrentar Pokémon selvagem no overworld.

Em dado momento, precisei farmar alguns recursos de Sinistea para fabricar um certo item (não eram TM). Bastou eu ir à área onde esses Pokémon spawnam, invocar o meu Dragapult, e deixá-lo batalhar automaticamente contra múltiplos Sinistea no local. Em pouco minutos, consegui a quantidade que eu precisava.

É preciso apontar, conforme revelado anteriormente, que os NPCs oponentes não iniciarão mais batalhas contra você enquanto você explora o mundo aberto. Agora, será necessário conversar com eles para batalhar e incentivo que você faça exatamente isso. Há, ocasionalmente, NPCs nas áreas de PokéParadas onde você pode ganhar itens caso tenha derrotado um número específico de treinadores naquela área. Os prêmios costumam valer o tempo investido nas batalhas, e a decisão de manter os NPCs oponentes neste modo mais passivo é extremamente apreciado, já que dá ainda mais liberdade aos jogadores de abordarem a jornada do game como quiserem.

A grande e principal mudança ao sistema de combate de Pokémon é a supracitada mecânica de Terastal. Revelado em trailers promocionais, esse fenômeno envelopa os Pokémon em cristal e dão a eles buffs de habilidade. O Terastal transforma o Pokémon no Tipo Tera dele, mudando assim as resistências e fraquezas dele, além de impulsionar o dano causado por ataques do Tipo Tera.

Por exemplo, o Tipo Tera do meu querido Dragapult é Dragon. Com isso, quando o transformo com o fenômeno Terastal, ele se torna exclusivamente do Tipo Dragon, e deixa de ter fraquezas que ele teria enquanto um Pokémon também do Tipo Ghost. Ao sofrer um ataque Ghost, portanto, ele não sofre mais dano super-efetivo, e apenas efetivo. Além disso, os golpes de Dragapult que são do Tipo Dragon causam mais dano aos oponentes.

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Eevee transformado no Tipo Tera Normal. Imagem: Divulgação

O elemento curioso aqui é que nem sempre o Tipo Tera tem qualquer conexão com os Tipos originais do Pokémon. Há a possibilidade de encontrar Dragapult, esse Pokémon Dragon/Ghost, com um Tipo Tera Electric, por exemplo. Quando ele fosse transformado em cristal, ele passaria a ser exclusivamente Electric (sofrendo dano dobrado de Ground), e causaria mais dano com ataques do Tipo Electric. A mecânica abre portas para múltiplas soluções criativas.

Ao enfrentar o líder de ginásio do Tipo Grass, por exemplo, tive uma surpresa. O último Pokémon dele era um Sudowoodo. Quando tive a oportunidade de trocar meu Pokémon, troquei meu Pokémon de Fire por um de Water, já que sabia que enfrentaria um de Rock e teria vantagem com os ataques de água. No entanto, o que eu não esperava (com alguma inocência juvenil) era que o líder transformaria o Sudowoodo dele em um Tipo Tera de Grass e, assim, minha escolha de trocar para um Pokémon Water foi completamente inútil.

As reides do game aqui abraçam o fenômeno Terastal e otimizam o gameplay cooperativo introduzido com as reides Dynamax de Sword & Shield. O sistema é similar: quatro jogadores se juntam para enfrentar um Pokémon poderoso que, em níveis mais altos, invoca um escudo. Em vez de oferecer 10 turnos ou quatro mortes como limite, Scarlet & Violet traz apenas a restrição de tempo. Os jogadores podem morrer à vontade, contanto que derrotem o monstrinho no tempo limite. No entanto, ao morrer, você terá um contador regressivo entre os seus respawns. Demora cinco segundos para rechamar o seu Pokémon à batalha quando ele morre (desmaia) pela primeira vez, mas esse tempo aumenta na segunda, e mais a cada morte.

Caso você pegue um Pokémon com boas estatísticas, mas com o um Tipo Tera que não condiz com a sua estratégia de batalha, saiba que é possível trocar o Tipo Tera dele futuramente, então o guarde com carinho. De maneira geral, a mecânica Tera é divertida e funciona bem dentro da proposta de Scarlet & Violet, mas passa longe de ser marcante como as Mega Evoluções e até o Dynamax/Gigantamax. Os Pokémon cristalizados são lindos e a amplitudade criativa disponibilizada pela mescla de Tipos é bem-vinda, mas falta algo para fazê-lo ser melhor – e eu realmente não sei o que esse “algo” é.

Variedade biológica

Pokémon Scarlet & Violet tem uma Dex bastante ampla, apesar da impossibilidade jurídica de citar exatamente quantos há para capturar. Há o retorno de muitos monstrinhos queridos, mas também a introdução de diversos inéditos.

Fiquei um pouco entristecido com a variedade de novos Pokémon na nona geração. Além de sentir que há poucos, os designs deles deixaram a desejar. Novamente traçando um paralelo com Legends: Arceus, o título spin-off do começo do ano acertou muito mais do que Scarlet & Violet, que é o início de toda uma geração.

Há também, conforme revelado anteriormente pelo conteúdo promocional dos games, formas Paradox de algumas criaturas já existentes. Não posso descrever nada disso em detalhes, porém digo que, em termos de lore, fiquei curioso para ver mais e, quanto aos designs dos monstrinhos, fiquei dividido entre alguns que amei e outros que odiei.

Complicações técnicas

Pokémon Scarlet & Violet são excelentes jogos. Com isso dito, os games parecem ser produtos inacabados, com uma falta de polimento sem precedentes na franquia. Nem mesmo Legends: Arceus, com o qual tive inúmeros ressalvas, me proporcionou tantos problemas quanto os novos títulos.

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A renderização de elementos em Pokémon Scarlet & Violet deixa a desejar… E eu não vou nem reclamar do rabo branco sólido do Dragapult, em vez do transparente degradê habitual. Imagem: Bruno Yonezawa

Jogadores que exploram Paldea inevitavelmente se depararão com taxas de quadros oscilando de maneira gritante abaixo dos 30fps (e não apenas em elementos de fundo, como em Legends: Arceus). Tal oscilação gerava um lag que eu não sentia há tempos e, em certo momento, chegou ao ponto de fazer o game crashar e fechar (deixem o save automático ligado, até chegar nos lendários, amigos).

Como se não bastasse, há um escancarado descuido com o visual do game. Embora ele esteja, na maior parte do tempo, mais bonito do que Legends: Arceus, Scarlet e Violet enfrentam graves problemas gráficos e de renderização de elementos. Na imagem abaixo, você pode ver um exemplo primo disso. Em certo momento, me deparei com um montanha cuja superfície se movia de uma maneira que apenas drogas alucinógenas supostamente proporcionam.

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Pokémon Scarlet & Violet enfrentam alguns… problemas. Imagem: Bruno Yonezawa

Com múltiplos terrenos acidentados com níveis destoantes, também enfrentei alguns graves problemas de câmera. Ao iniciar batalhas com Pokémon em uma simples colina, a câmera era automaticamente jogada para a parte traseira do meu Pokémon, mas não nivelada de acordo. Isso resultava na câmera clipando o chão, de modo a mostrar o vasto infinito azul sem codificação sobre a qual Paldea flutua. Ao batalhar do lado de uma pedra, por exemplo, também fiquei sem ver a batalha em si, já que a câmera estava ajustada a um posicionamento – mesmo que eu movesse a câmera para ter uma visão melhor, ao atacar, a câmera voltava ao infeliz ângulo enfiado dentro da pedra.

É inaceitável que um produto de R$ 299 esteja em um nível tão pobre de acabamento, com uma entrega gráfica e técnica muito abaixa do esperado. Já passamos do ponto de discutir que o Switch é um hardware fraco, porque ele não é. Diante de um console capaz de rodar NieR: Automata em toda a sua glória, o problema está do lado do desenvolvimento. Não sei quantos patches seriam necessários para corrigir tudo o que há de errado com Scarlet & Violet e o quanto isso amontoaria em cima dos já pesados 30 GB.

Quem deve jogar estes games?

Fãs da franquia encontrarão motivos de sobra para se divertir em Paldea. Há muito o que fazer e dezenas de horas de jogo são garantidas – especialmente se você considerar o caráter cooperativo prometido. No entanto, treinadores Pokémon que se importam com qualidade gráfica e estabilidade de desempenho enfrentaram, em meio à diversão, momentos que parecem pesadelos. Até mesmo eu, que costumo não deixar alguns desses incômodos afetarem a minha experiência com a campanha e mecânicas de gameplay, me vi frequentemente revoltado com a falta de polimento do jogo.

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Despeço-me do IGN Brasil com o cargo de Campeão. Imagem: Bruno Yonezawa

Pokémon Scarlet & Violet são excelentes jogos e, se não fossem os problemas técnicos, superariam os feitos de Legends: Arceus, que iniciou toda uma evolução necessária na clássica franquia da Nintendo. O game traz um mundo aberto lindo e cheio de Pokémon, de modo a fazer com que você nunca sinta que está explorando algo vazio. As campanhas Pokémon enfim me emocionaram de verdade e mostraram uma maturidade interessante, que parece querer acompanhar o público que tanto prestigia a série desde 1995, sem perder o público infantil que ainda move as compras. No entanto, a maior parte do potencial de Scarlet & Violet é desperdiçado simplesmente por problemas técnicos evitáveis, como a falta de polimento gráfico e de desempenho. Um game dessa relevância dentro de uma franquia dessa magnitude não pode sucumbir a repetir esses erros e não melhorar, especialmente diante das críticas que o mais recente título teve. A impressão é que a Nintendo não aprendeu nada com Legends: Arceus e, se viu os problemas se repetindo, não quis corrigi-los ante a possibilidade de um adiamento.

Fonte: Via IGN