Uma das franquias de jogos de luta mais queridas tem data marcada para voltar. Street Fighter 6 está quase entre nós, e desde que sua demonstração foi disponibilizada online o hype ao redor do game só aumenta. Porém, pouco se sabia do game além do que vimos nessa demo, trailers do game e o que foi revelado durante as showcases do game. Ao menos até então, pois o IGN Brasil foi convidado pela Capcom para ir até o escritório deles, em São Francisco, Califórnia, para testar os modos World Tour e Fighting Grounds. E aqui contamos tudo o que achamos desses modos e o que esperar do game que chega em junho.

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World Tour é o modo RPG que permite criar seu próprio lutador

Leia mais: Demo, modo World Tour e novos personagens; saiba tudo que foi revelado no showcase de Street Fighter VI

Antes de finalmente poder testar o modo, a curiosidade estava nas alturas. Afinal, um modo nos moldes de um RPG em Street Fighter? Como isso funcionaria? Quais características definiriam o estilo de luta do meu personagem? A Capcom permitiu que os jornalistas convidados pudessem testar os dois modos em uma tarde no seu escritório, e pude passar boas horas com o modo, até o início do capítulo três. Nele, logo de cara, temos a possibilidade de criar nosso lutador ou lutadora para explorar o mundo de Metro City.

Sim, Street Fighter VI se passa na mesma Metro City que muitos já se aventuraram em games como Final Fight, e que já teve Mike Haggar como seu prefeito, agora é palco dessa aventura no universo de Street Fighter 6. Antes de iniciar a exploração pude criar meu personagem e já aviso aos curiosos: o sistema de criação é bem completo. Praticamente todas as partes do corpo e detalhes do seu personagem são personalizáveis. Aqueles que não quiserem ter trabalho poderão usar os modelos pré-criados de rostos e o corpo padrão para agilizar o processo e partir para o game, no entanto se você é daqueles que quer deixá-lo à sua imagem e semelhança, ou até explorar todas as opções até encontrar aquilo que tinha em mente, tenha certeza que isso será possível.

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Escolhas, escolhas, escolhas… como será seu Avatar? – Imagem: Capcom

Esse sistema de criação do seu avatar é realmente bem completo, digno do que já vimos em games de RPG, como Skyrim ou Cyberpunk 2077, por isso, se você for pego pela empolgação de personalizar os detalhes de rosto, corpo, braços, cabelos, enfim, os mínimos detalhes, serão horas apenas nesta parte. Já dá até para imaginar as criações que certamente veremos pela internet a fora.

Depois disso você será apresentado às funções básicas deste modo. É nitidamente perceptível que ele é inspirado em RPGs de ação, onde você poderá interagir com diversos personagens espalhados pela cidade, que não apenas servirão para lhe passar as missões principais e secundárias para seu progresso na história e de seu personagem, como também podem fornecer pistas de como completar suas quests, servem de alívio cômico, descrevem mais do ambiente e até mesmo podem sair na mão com você no meio da rua. Afinal, a diferença entre o modo World Tour e um RPG de ação é que aqui você entra em uma luta no melhor estilo Street Fighter todas as vezes em que chamar alguém para uma briga.

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Bem-vindo a Metro City! – Imagem: Capcom

Metro City é um mundo aberto, e seu smartphone é o canal de acesso a tudo que a cidade tem para oferecer. Mapa, mensagens que você recebe dos seus mestres e demais personagens, trocas de roupas, estilos, e o que mais você precisar. O mapa ainda tem pontos de ônibus que podem ser ativados como locais de viagens rápidas para diferentes locais já liberados do mapa (para evitar longas caminhadas desnecessárias) e tem uma série de segredos e itens escondidos a serem descobertos.

Metro City é um mundo aberto, e seu smartphone é o canal de acesso a tudo que a cidade tem para oferecer.

Mas qual o estilo de luta de seu avatar? Isso dependerá de qual estilo você quer aprender novos golpes e habilidades. Seu personagem inicia essa jornada para se tornar o mais forte como um discípulo do sensei Luke, o novo personagem de Street Fighter VI. Antes que você pergunte, o World Tour está lotado de clichês fortes. Você quer ser o mais forte, tem um rival com o mesmo objetivo e tantos outros que este modo mais lembra um mix de contos de fada, UFC e filmes de luta do Jackie Chan. Por mais que a história não seja lá digna de um Óscar, o modo é realmente divertido e pode ser um interessante caminho introdutório para quem nunca jogou um game de luta ou iniciantes no mundo de Street Fighter. Se você já é um veterano da franquia, este pode ser um dos caminhos para descobrir mais sobre seus personagens favoritos, sobre os novos, além de ter uma nova forma de mergulhar no mundo do jogo.

Na medida em que você completa missões, outras ficam disponíveis e você receberá pontos de experiência por concluí-las. Com eles você ficará mais forte, causará mais dano, terá mais vitalidade e demais características que são de se esperar de um RPG. Além disso, você liberará uma árvore de habilidades onde é possível aumentar socos, chutes, ter ainda mais vitalidade ou defesa, como também poderá comprar mais slots para golpes especiais, e muito mais. Como começamos como alunos de Luke, nossos dois primeiros golpes são inspirados nos golpes dele. Depois que você encontra outro mestre, e ele aceita você como aluno, é possível trocar seu estilo para aprender as técnicas daquele instrutor. Por exemplo, nossa segunda sensei foi Chun-Li, e quando selecionei o estilo dela, liberei mais dois golpes – Kikoken e Spinning Bird Kick -, os quais eu poderia combinar com os golpes que aprendi com Luke, desde que tenha slots suficientes para isso.

Você pode criar uma setlist de golpes, independente do estilo que estiver utilizando.

Vale notar que seus ataques básicos ficam diretamente relacionados ao estilo que você equipar para seu personagem naquele momento. Quando escolhi o de Chun-Li, a postura de meu avatar já era mais puxada para o Kung-Fu, como o dela, e até as formas com que meu avatar celebrava a vitória imitavam as celebrações de Chun-Li. O mesmo acontecia quando eu voltava para o estilo de Luke. É possível trocar de estilo no menu principal, fora de combates, contudo você pode criar uma setlist de golpes, independente do estilo que estiver utilizando. Com isso, mesmo com o estilo de Chun-Li, ainda fui capaz de executar os golpes de Luke, entre um Spinning Bird Kick e outro.

Você também pode personalizar seu avatar com roupas, itens e acessórios que podem ser comprados com a moeda que você conquista na cidade ou que são ganhas ao cumprir os requisitos de um combate. É possível ver o que você pode ganhar em uma luta antes do início dela na ficha de detalhes de cada outro personagem do mapa. E como tinha dito antes, basicamente é possível sair na mão com quase todo mundo que está pelo mapa, por isso, veja se há uma distância considerável entre você e seu futuro oponente, para evitar frustrações desnecessárias. Mas, quanto mais forte ele ou ela for, mais XP você ganha. Seu avatar ainda pode desferir um golpe em outros personagens no meio do mapa, o que lhe concede alguma vantagem. Entretanto, bandidos e outros tipos também podem começar uma luta ao lhe atingir, então fique esperto.

Ao batalhar, o jogo automaticamente começa com um “modo assistido”, muito mais simples do que os comandos de jogos de luta que os fãs estão acostumados. Nele, é possível desferir combos apenas ao pressionar o soco fraco, por exemplo. Agora, se você quiser uma experiência mais próxima do Street Fighter, também é possível trocar para o modo tradicional a qualquer momento, no menu de pausa. As lutas podem ter até mais de um lutador na tela ao mesmo tempo, o que pode ser confuso no início. Porém, depois que você pega o jeito, isso não se torna um problema. Uma outra coisa que notei foi uma constante queda de quadros nas batalhas do modo, o que não sei ao certo se é algo dessa versões de teste que tivemos acesso ou se é proposital, para evitar travamentos devido à quantidade de elementos na tela ao mesmo tempo. Saberemos na versão final.

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Me ajuda, sensei Ryu! – Imagem: Capcom

Dito isso, o World Tour é bem divertido, explora e apresenta muito do universo do novo Street Fighter 6 e admito estar bastante curioso para experimentar ainda mais combinações entre os estilos do mais diferentes senseis que o jogo trará. Agora, certamente temos muitos fãs que devem e perguntar, “como está o modo principal do jogo?”. E tivemos a oportunidade de testar para lhe responder:

Fighting Grounds traz a experiência arcade e de aprendizado para encarar o mundo do Street Fighter

Aqui é onde o universo da luta acontece. O Fighting Grounds é um modo com vários modos. Além do clássico Arcade, que seria o mais próximo da experiência dos fliperamas que temos, ele tem diversos outros modos para que você possa jogar contra outras pessoas, treine e complete desafios do jogo. Pudemos ver os 18 personagens jogáveis que teremos no lançamento, como também fizemos algumas sessões de treinos para poder explorar um pouco mais do game.

O modo história é um modo para um jogador que conta a história do personagem que você selecionar, ao mesmo tempo em que traz uma série de lutas com adversários controlados pela CPU. Cada vez que você termina com um personagem, você será recompensado com uma ilustração exclusiva do game. Além disso, para apimentar um pouco mais as coisas, esse modo terá rankings online que serão resetados mensalmente. O pouco que pudemos ver do modo história me levou a uma mistura de sentimentos. Ao mesmo tempo em que lembrei dos velhos e bons tempos de fliperama, Street Fighter 6 é novo em muitos de seus aspectos.

Quem jogou a demo pôde perceber como os gráficos estão ainda melhores que o SF5, com movimentos e animações ainda mais fluidas, cenários vivos e com mais interações e um maior uso de splashes de cores ao utilizar movimentos especiais. Os produtores nos explicaram que isso deve-se a uma inspiração básica e lógica, mas que antes não era tão explorada: o nome do jogo é briga de rua, em nada mais justo que utilizar grafites e cores, como vemos nas ruas de qualquer grande centro.

Se você está começando, há uma opções de controles chamada “Moderno” que faz a vida ser mais fácil para quem está aprendendo.

Outra novidade simples, mas incrivelmente bem introduzida em Street Fighter 6 é como o jogo quer abraçar todos os públicos. Seja você um vetereno que jogou todos os SFs existentes, ou alguém que nunca jogou um game de luta na vida, mas sempre teve vontade, há um configuração para todos aqui. Se você está começando, há uma opções de controles chamada “Moderno” que, diferente do “Clássico” faz a vida ser mais fácil para quem está aprendendo. Semelhante ao que explicamos acima no World Tour, esse modo faz os controles serem muito mais fáceis, onde há diversas assistências e até mesmo combos automáticos ao pressionar um mesmo botão. A intenção é ir ensinar, aos poucos, combos, timming e demais características de um game de luta como Street Fighter 6 para quem não tem tanta experiência, um toque perfeito para trazer ainda mais pessoas para o game.

Depois, testamos uma das novidades que mais chama atenção, o Guia de Personagens. Nele, selecionamos JP, líder de uma ONG internacional responsável por muitos investimentos bem-sucedidos, JP é o homem por trás da prosperidade de Nayshall (que parece ser uma nação fictícia situada no Himalaia, inspirada no Nepal, Butão e Tibete). Os golpes deste usuário do Psycho Power são capazes de encadear uma série de golpes e combos de forma bem interessante, porém nada fácil para quem nunca jogou com ele antes. É aí que o Guia mostra sua importância.

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JP é um dos novos personagens apresentados em Street Fighter 6 – Imagem: Capcom

O Guia de Personagem de Street Fighter 6 nos leva por todos os movimentos e golpes do personagem, com um vídeo explicativo dos movimentos, descrição do que é ou para quê serve e a qualquer momento você pode apertar um botão (touchpad nos testes que fizemos no PlayStation 5) para poder testar o que você acabou de aprender. O mesmo botão nos leva de volta ao vídeo, onde é possível revisar a lição ou avançar para uma próxima. Em suas etapas mais básicas, vimos cada um dos movimentos do personagem. Posteriormente, o Guia mostra aplicações práticas de possíveis situações onde o golpe pode ser utilizado, a diferença da distância entre executar o movimento com um golpe fraco, médio ou forte e suas variações simples e com dois botões (que gastam barra).

De forma semelhante, o Teste de Combo (combo trials) nos ensina como executar combinações de golpes de todos os personagens. O passo natural a seguir depois que você aprende tudo no Guia de Personagens. Nele, tivemos a oportunidade de testar os golpes de uma personagem já conhecida dos fãs, Cammy. Assim como em outros games de luta, você terá combos sugeridos pelo game para praticar. A novidade fica por conta da forma com que esses são divididos por níveis – Iniciantes, Intermediários e Avançados. Como os nomes sugerem, os primeiros são bem mais simples de serem executados – o Iniciantes 3, por exemplo, precisava que eu desse dois golpes em sequência: para trás e Chute Forte seguido de meia lua para frente e chute -, intermediários – aqui um desafio maior, com três a quatro golpes em sequência, onde no Intermediário 4 tive que fazer para frente e chute forte, meia lua para frente e chute forte, no momento exato que o oponente ia tocar o solo, para então emendar com frente, baixo, diagonal frente e dois botões de chute, para despertar uma versão especial do movimento com uso de barra.

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Ah, como é satisfatório encaixar o combo certo! – Imagem: Capcom

Pela lógica, os combos avançados necessitarão de mais treinos, porém seu resultado é realmente mais devastador. Basta dizer que o Avançado 2 já tinha nove movimentos! Era meia lua para frente com chute, para baixo e chute no meio deste movimento para executar uma variação dele, seguido de para baixo e soco forte, para baixo e soco médio, conexão para o próximo golpe com dois para frente, para trás de chute forte, para frente e chute forte, meia lua para frente com chute médio e frente, baixo, diagonal frente e chute forte. Se você errar em algum momento, precisa refazer tudo do início, pouco importa em que nível de combo está treinando. Além disso, os combos pode ser exibidos pelo nome do golpe ou pelo seu comando de execução, a depender de como você quer memorizar os golpes.

Na medida em que você faz todos esses treinamentos, e leva toda a experiência adquirida neles para combates, fica facilmente perceptível sua melhoria e evolução. Quando você menos esperar, estará com mais prática com os comandos, quando dar ou não um balão, evitar saltos adversários com um comando antiaéreo e demais nuances do SF competitivo (e logo estará nas disputas ranqueadas online…). Depois dos treinos, trocamos uns tapas com outros membros da impresa com os mais diversos personagens.

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Os 18 personagens iniciais de Street Fighter 6 – Imagem: Capcom

Desde a experiência de reviver os golpes de Ryu, Ken ou Zangief ao testar novatos como JP, Marisa e Luke (meu favorito dentre esses novatos), SF6 mostra que todos têm uma experiência diferente. Ryu tem novas formas de conectar seus golpes, Ken traz uma o saudosimo de seus golpes clássicos, Zangief está mais agressivo que nunca, e seus pilões continuam cabulosos! Isso sem falar do como fiquei impressionado com a velocidade e forma com que Kimberly conecta seus golpes e combos que paracem não ter fim.

Essa forma com que o jogo permite escolher sua experiência, desde início aos seus momentos mais avançados, mostra como a Capcom que abraçar os jogadores, seja lá em que nível estão, para gerar uma experiência realmente divertida e competitiva. E essa experiência realmente deixou nossa expectativa pelo game nas alturas. Além de todas as melhorias gráficas e fluidez de sua jogabilidade, Street Fighter 6 traz acessibilidade, diversos novos personagens e outros favoritos dos fãs, e mostra um interessante e sólido plano para seus anos futuros. Isso mostra como este pode ser o melhor jogo da franquia em anos.

Street Fighter 6 tem lançamento marcado para dia 2 de junho para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S e PC. Lembramos que a versão demo já está disponível para todas as plataformas, como você pode ver no vídeo abaixo:

Agora conta pra gente: como está a sua expectativa para o jogo?


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Fonte: Via IGN